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Leitores do Globo Online enviaram relatos sobre os momentos de pânico que viveram durante a invasão da Rocinha , que deixou mortos e feridos na noite de quarta-feira. A ação foi considerada uma das mais violentas na comunidade, acostumada a conviver com a guerra do tráfico . Leia abaixo os relatos. Se quiser enviar o seu, clique aqui .

'Me sinto no Iraque'

"Moro na rua Timóteo da Costa e não dormi à noite. Foi um tiroteio que parecia estar acontecendo dentro do meu prédio. Agora pela manhã presenciei o roubo de um carro e a fuga dos bandidos pela contramão. Não vou sair de casa hoje. Me sinto no Iraque", Haroldo B. de Carvalho Filho.

'Como vou voltar para casa?'

"Estava no onibus 176, e todos os passageiros se jogaram no chão ao ouvir tiros vindo da direção dos policiais. Além disso, as pessoas que moram na Rocinha estavam todas na parte de baixo sem poder ir para suas residências. É o imponderável, como vou voltar para casa do trabalho? Pelo Vidigal? E se lá tiver titoreio? Moro em São Conrado há 7 anos, e a situação está insustentável. A unica coisa que a polícia faz é revistar os jovens que saem de seus prédios em São Conrado para achacá-los", Carla Frederico.

A coisa foi pior do que divulgado

"Moro aqui na Rocinha e a situação está cada vez pior. O clima é tenso e nem meu filho pode ir à escola. A coisa foi pior do que divulgado pois nem de casa tínhamos condições de sair. O clima está muito ruim e pode a qualquer momento piorar", Sidiclei Mesquita de Souza.

Dentro de um videogame de guerra

"Moro na Rua Timóteo da Costa, e na hora em que as pessoas estão saindo para trabalhar e principalmente crianças indo para escolas a rua parecia uma pista de videogame. Carros em alta velocidade na contramão, viaturas policiais para todos os lados, sirenes, barulho de tiros e momentos de silêncio total, como se todos (polícia, bandidos e moradores) estivessem avaliando o momento. Uma sensação horrível. Você se sente um personagem dentro de um videogame de guerra", Paulo Arthur.

Um ataque de nervos

"Tenho um salão de beleza feminina perto da Rua Um da Rocinha. Na hora foi horrível. Tive um ataque de nervos!!", Ricardo de Sousa Morais.

Abaixando-se para ir à cozinha

"Moro na Gávea e acabei de pagar, à vista, meu IPTU. Mas fiquei perturbado dentro de minha própria casa, três horas de tiros de metralhadoras, bombas, ininterruptamente. Me abaixando para ir à cozinha - que tem vista para a Rocinha - para não ser 'sorteado' pelas balas perdidas, que não tem endereço certo. Blecaute geral, povo na rua perplexo, policia encurralada pelos bandidos. Como nada se pode fazer, isto é Brasil, apenas aguardo o próximo embate, rezando", Paulo Martins.

Barricadas na Estrada da Gávea

"Moro na Rocinha e quando ia para a minha casa tive que deixar o meu carro na casa de um amigo que mora na Gávea. Não pude subir com o carro, pois três onibus bloqueavam as entradas e havia várias barricadas espalhadas pela Estrada da Gávea", José Marcos Rodrigues Serrano.

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