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Na primeira reunião com a nova equipe de primeiro escalão nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não haverá porteira fechada na montagem dos ministérios e que mudanças nos cargos devem levar em conta a coalizão partidária, disse o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins.

Lula foi mais longe ao botar ordem na casa. Disse que ministro não critica ministro publicamente e que apenas o Itamaraty pode fazer considerações sobre a relação do Brasil com outros países.

O recado tem endereço certo: inibir aqueles que andaram falando demais. Na última sexta-feira, enquanto Lula iniciava uma visita aos Estados Unidos, o ministro da Justiça, Tarso Genro, criticou publicamente a Justiça norte-americana e afirmou que os Estados Unidos viviam um "impasse autoritário".

Dias antes, ao falar de TV pública, o ministro das Comunicações Helio Costa referiu-se à Venezuela como modelo autoritário, o que valeu queixa do embaixador do país vizinho.

"Não existe política de ministro, mas política de governo", disse o presidente aos auxiliares, em mais um recado, segundo o relato de Franklin Martins, durante conversa com jornalistas.

Ao falar da "porteira fechada", o presidente deu um sinal contundente aos ministros novatos que imaginavam ter total poder de demitir de suas pastas pessoas indicadas por outros partidos. O novo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), disse ao ser nomeado que mudaria todos os delegados regionais do trabalho para colocar gente do seu partido.

"Quando o ministro monta a sua equipe deve levar em conta a coalizão", alertou Lula de acordo com relato de Martins.

O PT teme perder posições estratégicas, como secretarias e cargos nas estatais, ligadas a pastas não controladas pelo partido.

Algumas legendas aliadas, como o PMDB, também desejam fazer indicações além das áreas que administram (Saúde, Minas e Energia, Integração Social, Agricultura e Comunicações).

Ninguém, no entanto, quer abrir mão dos cargos.

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