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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai alongar ao máximo a definição do novo governo e só pretende convocar o seu futuro ministério após a eleição para o comando da Câmara e do Senado, em fevereiro.

Em reunião nesta sexta-feira com dois de seus principais interlocutores no PMDB, o senador José Sarney (AP) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), Lula disse que tem o partido como aliado fundamental à governabilidade, mas deseja o embarque de todas as correntes internas para fechar uma coalizão partidária.

"O presidente não está com prazo... ele deixou claro que a coalizão requer a criação de um ambiente político mais harmônico entre os partidos", avaliou Renan a jornalistas após o encontro.

O tempo da reforma ministerial é, principalmente, o tempo da sucessão das duas Casas. O presidente quer com essa fórmula testar uma espécie de base aliada provisória nos próximos meses e só bater o martelo após o resultado da disputa pelo controle das mesas diretoras do Parlamento, o que poderia arrastar o anúncio das mudanças na equipe até março do ano que vem.

Lula tem manifestado a interlocutores sua vontade de ver a dobradinha Renan-Aldo Rebelo (presidente da Câmara, do PCdoB) se repetir na próxima legislatura, mas há alguns obstáculos a ultrapassar. O primeiro deles é convencer o PMDB a abrir mão de lançar candidato à presidência da Câmara. O segundo, aparentemente mais fácil, é demover o PT da idéia de fazer o mesmo.

Alguns peemedebistas com acesso ao presidente, caso dos deputados Eunício Oliveira (CE) e Geddel Vieira Lima (BA), são os primeiros a defender um nome do partido ao cargo.

Com muitas lideranças, o PMDB é historicamente dividido em suas posições políticas e algumas de suas diferentes alas apresentam resistência em aderir a uma aliança ampla. Uma delas é a de contemplar setores até agora na oposição, como o do presidente da sigla, deputado Michel Temer (SP), sem ferir os brios de tradicionais interlocutores do governo.

``A vida imita a arte e a política também. Você não vai ter nunca unanimidade, pois a unanimidade é burra, mas é preciso criar um clima político favorável à coalizão e aproximar correntes'', completou Renan.

Temer foi chamado para conversar depois de queixar-se da ausência do convite publicamente. Na próxima quarta-feira, encontrará Lula, mas na condição de líder de uma das correntes do PMDB, não como representante institucional do partido, uma vez que o grupo governista não se sente representado por ele.

``Com quanto mais gente o presidente conversar, melhor'', disse o presidente do Senado.

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