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Os metroviários de São Paulo, representados pelo sindicato e pela Federação da categoria, vão pedir à Justiça comum e do trabalho o embargo de toda a extensão da linha 4 do metrô, até que sejam atestadas condições de segurança da obra pelo consórcio Via Amarela. A Justiça do trabalho já embargou parcialmente o trecho na futura estação Pinheiros, onde um desabamento no dia 12 de janeiro deixou sete pessoas mortas.

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Wagner Fajardo, o MP alega que ainda não recebeu os relatórios de andamento da obra, documentos considerados essenciais para definir se houve ou não negligência do consórcio no acidente. Fajardo diz que não está descartada a possibilidade de o MP pedir a busca e apreensão dos documentos se eles não forem entregues até a próxima sexta-feira.

Nesta terça-feira, Fajardo se reuniu com o promotor de Justiça Carlos Alberto Amin Filho. Ele disse que o MP não consegue apurar a responsabilidade sobre o acidente porque, até agora, recebeu poucos documentos do metrô e do consórcio.

- O promotor disse que não obteve até agora a maioria dos documentos que solicitou ao metrô e ao consórcio. Caso essas duas empresas não respondam até a semana que vem, o promotor vai fazer uma diligência, inclusive judicial, com a presença da polícia, para ir buscar dessa documentação - disse Fajardo.

Segundo ele, o Ministério Público ainda não obteve um relatórios essenciais como o de inconformidades apresentadas desde o início da obra. O Ministério Público informou que se os documentos não chegarem até a próxima sexta-feira, será feito um novo pedido dando um prazo de mais dez dias corridos para aaprsentação dos relatórios. vencido esse segundo prazo, ele tomará medidas judiciais para obtê-los.

- Esse relatório é uma verdadeira mina de ouro. Não se consegue chegar, está nas profundezas. Ele já deveria estar disponível no primeiro dia. Ou os engenheiros responsáveis pela obra constataram muita coisa ou não constataram nada, comprovando a nossa tese de que não houve fiscalização - disse o sindicalista.

- Nosso objetivo é uma paralisação temporária para que se faça uma vistoria em toda a obra. Queremos que a população e os trabalhadores tenham segurança de que o acidente não vai ocorrer em outras estações. É necessário um atestado de segurança - disse Fajardo.

Até agora, segundo ele, o Ministério Público também não conseguiu reunir evidências de que o acidente ocorrido na estação Pinheiros possa se repetir em outros trechos.

- Também já fizemos um apelo à OAB e queremos que alguém assuma a responsabilidade - disse Fajardo.

Segundo ele, essa dificuldade de se conseguir as informações pode estar ocorrendo porque o consórcio reúne as cinco construtoras mais importantes do país, que possuem poder e prestígio nacional e internacional.

O MP não consegue inclusive comprovar a relação entre os acidentes que aconteceram na estação Oscar Freire e na Faria Lima e na estação Pinheiros. Para Fajardo, os problemas são semelhantes e estão acontecendo inclusive em regiões como Morumbi e Consolação.

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