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Segundo a nota, Dilma “aceitou” a demissão de Traumann. “A presidente agradece a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período como ministro porta-voz”, diz o texto | UESLEI MARCELINO/REUTERS
Segundo a nota, Dilma “aceitou” a demissão de Traumann. “A presidente agradece a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período como ministro porta-voz”, diz o texto| Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Pouco mais de uma semana após um documento interno produzido pela Secom (Secretaria de Comunicação Social) com críticas à comunicação do governo e admitindo o uso de “robôs” para disseminar conteúdo favorável ao Planalto nas redes sociais, o ministro Thomas Traumann deixou a pasta. O governo confirmou a saída em nota divulgada nesta quarta (25).

EDITORIAL: A “batalha da comunicação”

Paranaense Thomas Traumann assume Secretaria de Comunicação do Planalto

“Vou imprimir novos rumos ao barco agitado que foi minha vida”, diz Traumann

Depois de apresentar demissão da chefia da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), o jornalista Thomas Traumann recorreu ao cantor e compositor Paulinho da Viola e citou trechos da música “Novos rumos” em sua conta pessoal no microblog Twitter.

“Vou imprimir novos rumos/ Ao barco agitado que foi minha vida”, escreveu Traumann no Twitter, na tarde desta quarta-feira, 25. “Fiz minhas velas ao mar/ Disse adeus sem chorar/ E estou de partida.” “Todos os anos vividos/ São portos perdidos que eu deixo pra trás/ Quero viver diferente/ Que a sorte da gente/ É a gente que faz”, prosseguiu o jornalista.

Questionado, ainda não especificou quem comanda a pasta até que um novo nome seja escolhido. O secretário-executivo da secretaria é Roberto Messias.

Segundo a nota, Dilma “aceitou” a demissão de Traumann. “A presidente agradece a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período como ministro e porta-voz”, diz o texto.

A saída dele já era esperada. O documento, de responsabilidade de Traumann, critica o modo como o governo Dilma Roussef tem gerido sua crise, citando a existência de um “caos político”.

A descoberta do documento, divulgado no dia 17 pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, gerou críticas da oposição e um convite para que ele explicasse à Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado detalhes do material. Traumann estava de férias desde quando o material veio à tona.

Análise

A análise da Secom aborda estratégias da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e admite o uso de “robôs” para disseminar conteúdo favorável ao governo nas redes sociais.

O documento diz que os “eleitores de Dilma e Lula estão acomodados brigando com o celular na mão, enquanto a oposição bate panela, distribui mensagens pelo Whatsapp e veste camisa verde-amarela”. Em seguida, afirma que “dá para recuperar as redes, mas é preciso, antes, recuperar as ruas”.

Parte do trabalho de análise de conjuntura feito semanalmente pela Secom para a presidente da República, o documento é dividido em três tópicos: onde estamos, como chegamos até aqui e como virar o jogo?

Depois das críticas à comunicação do governo e à atuação do PT em defesa do governo, o documento anota em seu terceiro capítulo que “não será fácil virar o jogo”, mas aponta que “a entrevista presidencial deste dia 16 foi um excelente início”, avaliando que Dilma Rousseff falou “com firmeza sobre sue compromisso com a democracia”, explicou de “forma fácil a necessidade do ajuste fiscal” e assumiu “falhas como a da condução do Fies”.

Segundo o texto, a “presidente deu um rumo novo na comunicação do governo”, mas “não pode parar”.

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