Ministro Cardozo defendeu o trabalho da PF em sessão da CPI.| Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados

Ouvido na condição de testemunha, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, começou seu depoimento à CPI da Petrobras nesta quarta-feira (15) negando estar constrangido pela convocação. “É dever de ministro de Estado prestar informações ao Parlamento”, afirmou.

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CPI determina condução coercitiva de presidente da Samsung

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), determinou a condução coercitiva do presidente da Samsung Heavy Industry, J.W. Kim. Ele havia sido convocado para prestar depoimento na terça-feira (14), mas não respondeu ao aviso de convocação.

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Em sessão cheia e no maior plenário da Casa, Cardozo rechaçou as críticas que tem recebido. Ele negou que o ministério use a Polícia Federal para atacar adversários e rebateu as críticas de que não consegue controlar as ações policiais. Na avaliação do ministro, as críticas são infundadas.

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PF deve concluir logo investigação sobre escuta na sede em Curitiba

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse à CPI da Petrobras nesta quarta-feira (15), que as investigações sobre a escuta ilegal colocada na cela do doleiro Alberto Youssef na sede da Polícia Federal no Paraná estão sob sigilo de investigação da Corregedoria da PF.

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“Não raras vezes, não só eu, mas outros ministros da Justiça que me antecederam vêm sendo muito criticados ora por se acusar que esses ministros instrumentalizam a Polícia Federal, que essa polícia seria um braço de ação deste ministro para atacar adversários”, disse. “Outras vezes, ouço que o ministro não controla a PF, que é fraco, tíbio, que não se impõe controlando as atividades de investigação. A meu ver, as críticas dirigidas a mim ou aos meus antecessores são rigorosamente infundadas”, completou.

Cardozo fez, então, uma longa explanação sobre os deveres do seu ministério e sua relação com a Polícia Federal. Disse aos deputados que, embora um ministro possa determinar a abertura de inquéritos, não pode interferir nas investigações. “Ministro jamais pode dizer a quem investigar, ministro não pode controlar ou induzir investigações”, ressaltou. “Ministro não pode instrumentalizar”.

Cardozo enfatizou que, sempre que houver abusos ou ilegalidades, seu dever é apurar, caso contrário corre o risco de prevaricar. Segundo ele, ministro da Justiça é um “fiscal do abuso de poder”.

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Cardozo repetiu várias vezes que seu papel não é “controlar” a PF. “Enquanto estive e estiver no Ministério da Justiça, jamais o ministro de Estado da Justiça atuará na perspectiva de controlar e direcionar investigações”.