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BRASÍLIA - Antes cobiçado pelos parlamentares, o cargo de corregedor da Câmara dos Deputados virou sinônimo de abacaxi por sua espinhosa atribuição de investigar e julgar colegas por quebra de decoro. Após o escândalo do mensalão, em 2005, poucos aceitam hoje essa incumbência.

Foi o receio de grande parte dos deputados em responder a processo no Conselho que elegeu corregedor, no dia 2, Edmar Moreira (sem partido-MG), um candidato avulso e sem apoio partidário, mas assumido defensor dos colegas. Edmar caiu depois de dizer que deputado não deveria julgar deputado – e depois de divulgadas imagens de seu castelo no interior mineiro.

Após a polêmica declaração, o então corregedor se viu na condição de provável futuro investigado da Casa por não ter declarado o castelo à Receita Federal. Sua prestação de contas do uso de verba indenizatória também pode ter sido feita de forma irregular.

O novo corregedor da Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) deve enfrentar novos tempos, caso se confirme a promessa do presidente Michel Temer (PMDB-SP) de divulgar as notas fiscais com detalhamento dos gastos dos deputados com a verba – dados que podem revelar uso indevido do dinheiro público. Amanhã deve ficar pronto um estudo, feito pelo primeiro-secretário da Mesa da Câmara, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), com sugestões para tornar mais transparentes as informações sobre as notas fiscais dos deputados.

Ex-integrante do Conselho de Ética, o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR) prevê que a divulgação das notas vai desencadear a abertura de alguns processos na Casa. Ele defende que se tornem públicas também as despesas feitas no passado. "Devemos abrir todas notas de uma vez e aguentar a pancada. A pressão vai ser muito forte e também a discussão sobre a qualidade do gasto. Quem cometeu ilegalidade que pague."

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