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O prefeito de Londrina, Nedson Micheleti (PT), garantiu ontem que sua campanha à reeleição, no ano passado, não comprou combustíveis em postos que não constem da prestação oficial de contas entregues à Justiça Eleitoral. Na semana passada, o delegado regional do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Londrina (Sindicombustíveis), Sérgio Sant’Anna, divulgou balanço indicando que a campanha petista gastou R$ 46 mil em combustível, em diversos estabelecimentos, além dos cerca de R$ 30 mil declarados à Justiça Eleitoral.

"Ele (Sant’Anna) como dirigente sindical fez uma declaração política. Seria justo que ele fizesse um levantamento de outras campanhas", respondeu Nedson, que convocou pela manhã entrevista coletiva para tratar de "assuntos diversos". Na coletiva, o prefeito voltou a negar a possibilidade de a campanha de reeleição ter operado recursos não declarados à Justiça Eleitoral.

A denúncia foi feita pela ex-assessora financeira do PT Soraya Garcia, que indicou a existência de caixa 2 no valor de R$ 6,5 milhões na campanha petista. O caso está sendo apurado pelo Ministério Público (MP) e em inquérito na Polícia Federal (PF). "Sustento que não existe nenhum gasto não declarado. Está tudo registrado detalhadamente", disse o prefeito, chamando para si a responsabilidade das informações prestadas à Justiça Eleitoral.

Para reforçar a veracidade dos valores contabilizados por sua campanha, o prefeito comparou os seus gastos com os de seus concorrentes na eleição. "As demais (campanhas) tiveram gastos irrisórios frente à nossa (gastos de R$ 1,3 milhão). O nosso gasto é muito maior que das outras campanhas porque nós declaramos tudo."

Erros eventuais

Na semana passada, o secretário de Gestão Pública e presidente municipal do PT, Jacks Dias, comentou que eventuais irregularidades poderiam ser corrigidas na prestação de contas já entregue. O mesmo foi declarado pelo tesoureiro do PT e diretor da Sercomtel, Francisco Moreno, e pelo advogado contratado pelo partido, João dos Santos Gomes Filho.

Ontem, Nedson disse que não ouviu de Dias ou de outros citados sobre eventuais retificações, mas insistiu que todos gastos foram devidamente declarados. "Eu assinei a prestação de contas. Eu acompanhei toda receita e despesas, além de ter confiança nas pessoas que fizeram esse trabalho", insistiu.

Para o prefeito, se houvesse erros, eles já teriam sido detectados na época da entrega da declaração. "Eu não creio (que erros ocorreram). Já teríamos tomado uma providência", assegurou.

O prefeito preferiu não comentar o fato de seu irmão, Nilton Micheleti, ter acompanhado Soraya Garcia durante as primeiras denúncias no Ministério Público. Segundo Nedson, o fato se restringe à sua família e por isso ele não daria declarações de nível pessoal. "Isso é questão muito delicada e não vou falar sobre (o assunto)."

O Sindicombustíveis-PR divulgou nota informando que não realizou nenhum levantamento junto a postos de Londrina. "Os números publicados dizem respeito a uma ação da Polícia Federal, que fez busca e apreensão em 11 postos de Londrina e constatou, com notas, que oito deles venderam combustível para a coligação do PT", diz a nota.

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