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Onze dias depois de começar a encher progressivamente, o nível do Rio Acre diminui dez centímetros nesta quarta-feira. Na terça-feira, o rio estava a 16,72m, segundo informou a Coordenadoria de Defesa Civil municipal. O Rio Acre amanheceu a 16,58 m, marca alcançada pela primeira vez na madrugada de segunda-feira. As informações são do site da prefeitura de Rio Branco.

A vazante é atribuída a uma baixa de cinco centímetros no Riozinho do Rola, em decorrência de uma pequena estiagem em suas cabeceiras e também em Brasiléia e Assis Brasil (260 e 310 quilômetros de Rio Branco, respectivamente). Produtos químicos para a desinfecção de casas serão fornecidos pela Secretaria Nacional de Defesa Civil assim que as águas baixarem.

A enchente do rio, que banha a cidade de Rio Branco, capital do Acre, já causou duas mortes. No último sábado, um homem de 29 anos morreu eletrocutado ao tentar ligar uma bomba d' água no quintal inundado de sua casa, no bairro Cidade Nova. Uma criança morreu afogada ao cair de uma ponte, quando brincava com amigos.

Mais de oito mil famílias foram afetadas pela cheia do Rio Acre, num total estimado em 33.204 pessoas. O número de pessoas abrigadas pela prefeitura também é alto: 956 famílias. Novos locais já estão sendo preparados para receber os desabrigados, apesar disso, os técnicos da Defesa Civil municipal ainda encontram resistência de alguns, de não querer ir para abrigos seguros.

- Não vou sair porque não quero ir para abrigo e não posso ir para outro lugar também - disse a dona de casa Edileuda Barbosa, 50 anos, diante de homens do Exército prontos para retirar seus pertences, antes de se convencer que precisava sair de casa.

A saúde também começa a preocupar as autoridades de Rio Branco. As crianças que tiveram contato com a água já começam a apresentar problemas de pele. Um mutirão de saúde foi organizado para atender as pessoas que estão nos abrigos da prefeitura.

- Nossa pretensão é fazer o atendimento médico com medicamentos nos locais com maior concentração de pessoas. Queremos fazer um grande atendimento - afirmou Selene Maria, coordenadora do mutirão de saúde.

O secretário Nacional de Defesa Civil, Jorge Pimentel, reuniu-se na manhã desta terça-feira com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Governo do Acre, Gilberto Siqueira, e com o senador Tião Viana (PT), que entregaram o decreto do governador Jorge Viana considerando estado de emergência a situação na capital do estado. Segundo Gilberto Siqueira, cerca de 30 bairros da capital estão inundados. Os desabrigados estão sendo levados para escolas e ginásios públicos da cidade.

Os mais de 30 mil atingidos pelas enchentes no Acre começam a receber 10 mil cestas básicas de alimentos, 12 kits de medicamentos e produtos químicos para desinfecção de casas até o fim da semana, enviados pelo Ministério da Integração Nacional. Três técnicos do ministério seguem quarta-feira para a capital Rio Branco.

O prefeito Raimundo Angelim decretou situação de emergência no início da semana. As operações de resgate estão sendo feitas por Exército, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e voluntários, envolvendo cerca de 400 pessoas. Segundo o coronel Vasconcelos, professores da rede pública promovem várias atividades com as crianças nos abrigos e os pais estão assistindo a palestras educativas.

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