• Carregando...
 | Antônio More/Gazeta do Povo/Arquivo
| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo/Arquivo

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) a Operação Pripyat, que tem como principal alvo o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, que já cumpre prisão domiciliar.

A ação apura os crimes de corrupção, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, sendo um desmembramento da 16.º fase da Operação Lava Jato, denominada Radioatividade.

Cento e trinta policiais federais cumprem mandados no estado do Rio de Janeiro e em Porto Alegre. São seis de prisão preventiva, três de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 26 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 7.º Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A ação está sendo realizada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF).

De crédito consignado a garimpo ilegal: conheça os “filhotes” da Lava Jato

Leia a matéria completa

Segundo a PF, as prisões preventivas foram decretadas para funcionários da Eletronuclear, que integravam o núcleo operacional das fraudes da empresa.

O juiz Marcelo Bretas, que autorizou a ação, também determinou o afastamento do cargo do atual presidente da Eletronuclear, Pedro Diniz Figueiredo. Segundo os investigadores, Figueiredo não foi preso, mas está sendo investigado.

O alvo do mandado de condução coercitiva cumprido no Rio Grande do Sul é o ex-diretor da Eletrobras Valter Cardeal, considerado homem forte da presidente afastada Dilma Rousseff no setor elétrico.

As investigações apontam que um clube de empreiteiras atuava para desviar recursos da Eletronuclear, principalmente os destinados às obras da Usina Nuclear de Angra 3.

O nome da operação refere-se à cidade ucraniana que se tornou uma espécie de “cidade fantasma” após o acidente nuclear em Chernobyl.

Procurada, a Eletronuclear informou por meio de sua assessoria de imprensa que só deve se pronunciar após ter acesso a todas as informações da operação.

Eletrolão

Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor-presidente da Eletronuclear de 2005 a 2015, foi preso em julho do ano passado em um desmembramento da Lava Jato, que ficou conhecido como “Eletrolão”. O almirante já é réu em processo na 7.ª Vara Federal Criminal, no Rio. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, denunciado por receber ao menos R$ 4,5 milhões em propinas para facilitar a contratação dos consórcios responsáveis pelas obras da usina de Angra 3.

Formado na Escola Politécnica da USP com mestrado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Othon foi um dos nomes mais importantes do programa nuclear brasileiro.

Fundou o Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para submarinos, foi diretor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e ganhou 13 medalhas e títulos.

“Novela” da Lava Jato tem vilões que deixam Nazaré e Perpétua para trás

Leia a matéria completa

Desmembramento da Lava Jato

O caso do almirante e de outros 13 acusados de participar do esquema de desvios nas obras da usina de Angra 3 estava sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro, que cuida das ações da Lava Jato na Justiça Federal no Paraná. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), contudo, o caso da Radioatividade foi deslocado para a Justiça Federal no Rio.

Ao mercado, Eletrobras diz que soube pela imprensa de operação na Eletronuclear

A Eletrobras afirma que tomou conhecimento pela imprensa de “suposta operação da Polícia Federal” na manhã desta quarta-feira envolvendo o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, e funcionários da empresa, conforme comunicado enviado na manhã desta quarta-feira (6) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “A Companhia está verificando o episódio noticiado pela imprensa e manterá o mercado informado”, disse a Eletrobras no documento.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]