A OAB de São Paulo está instaurando nesta quinta-feira procedimento disciplinar perante o Tribunal de Ética e Disciplina da entidade contra os advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina Rachado, que compraram do funcionário da Câmara dos Deputados Arthur Vinícius Silva a gravação de uma sessão da CPI do Tráfico de Armas. Na sessão gravada, delegados paulistas revelavam a decisão de transferir os chefes do crime organizado dos presídios de São Paulo para uma unidade de segurança máxima, entre eles Marcos Camacho, o Marcola.
- Já conversei com o deputado Arnaldo Faria de Sá (PDT-SP) e nós vamos instaurar o procedimento disciplinar ainda hoje perante o Tribunal de Ética e Disciplina - garantiu o presidente da OAB/SP, Luiz Fernando Borges D'Urso.
De acordo com D'Urso, a punição aos dois advogados vai depender da decisão do Tribunal de Ética e pode variar de um simples voto de censura à exclusão dos quadros da OAB, o que os impediria de continuar exercendo a profissão.
- Depois do processo, garantida a ampla defesa, o contraditório, se comprovado, qualquer advogado em tese, que o Tribunal reconheça que teve um desvio de conduta e infração ética recebe punição pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB de São Paulo - disse o presidente da entidade.
Para o presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), Antonio Ruiz Filho, que encarou a situação com "muita tristeza", o advogado não tem esse papel de auxiliar em atividades criminosas.
- Vejo com muita tristeza porque o advogado não tem esse papel. O advogado quando se desvia da sua atividade profissional, deixa de ser advogado e passa, em alguns casos que estão vindo à imprensa nesse momento, a ser criminoso - disse Ruiz.
O presidente do IASP tem certeza que os dois advogados que compraram cópias da gravação da CPI serão punidos.
- Certamente haverá (punição). As punições vão desde uma mera advertência à perda do direito do exercício profissional e, nos casos mais graves, é a pena adequada.
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