O diretor técnico-científico da Polícia Federal, Geraldo Bertolo, disse nesta terça-feira que "não há contradição" entre os dois laudos de perícia realizada pela polícia nos documentos sigilosos da ditadura militar encontrados queimados na Base Aérea de Salvador.
O primeiro laudo, apresentado no início do ano, foi feito pela Polícia Federal e atestou que os documentos não haviam sido queimados na Base. Já o segundo, realizado pela Polícia Civil de Brasília com participação de perito da Federal, comprovou que houve queima de arquivos no local onde foram encontrados.
Segundo o diretor, o primeiro laudo teve uma análise mais "restrita, apenas um quesito foi analisado, se os documentos haviam sido queimados ali". Já o segundo teve uma abordagem mais ampla: foi feita uma "varredura no local, amostras de terra e plantas foram removidas e examinadas". Ele afirmou que não houve erro no primeiro resultado, já que o segundo comprova apenas que "houve queima ali" e "sugere, sem afirmar, que teve relação com os documentos da ditadura" ali encontrados.
Geraldo Bertolo disse que a legislação brasileira "admite um terceiro laudo" para tirar eventuais dúvidas sobre os dois primeiros. A decisão cabe ao Instituto de Criminalística da Polícia Militar da Bahia, que preside o inquérito. O órgão poderá também pedir explicações aos peritos responsáveis pelas análises.
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