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"Um lugar incerto". Este é o paradeiro da vereadora Ana Maria Branco de Holleben (PT), de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, que teria forjado o próprio sequestro no dia 1º de janeiro, logo após ser empossada. A informação é do advogado dela, Fernando Madureira. Ele afirma que a vereadora teve alta na última quinta-feira (31 de janeiro) de uma clínica psiquiátrica em Curitiba, onde estava internada desde o dia 9 de janeiro. Segundo o atestado médico, a causa da internação de aproximadamente 20 dias seria um quadro de depressão profunda. Madureira prefere não informar o local onde a vereadora está e afirma que, por enquanto, não há nenhuma previsão de quando ela vai se manifestar sobre o caso.

Antes da internação, Ana Maria chegou a ficar uma semana presa, sendo dois dias em caráter temporário numa sala da 13ª Subdivisão Policial e outros cinco, em prisão preventiva, numa cela especial do quartel do 2º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa no bairro Nova Rússia. Ao contrário dos outros quatro envolvidos no falso sequestro, Ana Maria não depôs à Polícia Civil alegando fragilidade do seu estado de saúde. Os assessores dela, Idalécio Valverde da Silva e Reginaldo da Silva Nascimento (que são primos), a esposa de Idalécio, Susicléia Valverde da Silva, e do irmão dele, Adauto Valverde da Silva, depuseram à polícia e chegaram a ficar presos em caráter temporário, mas estão todos livres.

O delegado Danilo Cesto, que conduz a investigação do caso, afirma que vai solicitar à Justiça local na terça-feira (5) a prorrogação do inquérito por mais 30 dias. "Se a prorrogação ocorrer, talvez haja interesse da defesa em que a vereadora deponha à polícia", afirma o advogado de Ana Maria. Ela também deverá prestar esclarecimentos, ainda sem data definida, à Comissão de Ética do PT de Ponta Grossa que investiga, além da acusada (afastada do diretório da legenda), a participação de Idalécio e Susicléia no crime, já que ambos também são filiados ao partido. A Comissão informa apenas que está em fase de estruturação e que, por enquanto, nenhum deles foi ouvido.

A vereadora ainda será alvo de investigação por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal, que ainda não foi protocolada. O presidente da Casa, Aliel Machado (PCdoB) afirma que o protocolo só deve ocorrer em data mais próxima à da primeira sessão ordinária (18 de fevereiro) para que a CPI não perca tempo de investigação, já que o prazo para a conclusão dos trabalhos é de 90 dias. A Câmara e o Diretório Municipal do PT pediram, na primeira dezena de janeiro, que a Polícia Federal (PF) entrasse na investigação, mas até agora não houve resposta. No anúncio da CPI, dia 7 de janeiro, Aliel afirmou que a vereadora deveria apresentar pedido de licença da atividade legislativa, o que ainda não aconteceu.

O caso ainda é um mistério para a polícia, pois dois depoimentos se contradizem. Enquanto Idalécio sustenta que houve um sequestro forjado, Reginaldo alega que tudo não passou de um "passeio" para que a vereadora – que é da oposição ao prefeito Marcelo Rangel (PPS) – ficasse ausente à eleição da Mesa Executiva. Mesmo sem a presença dela, em sessão realizada dois dias depois do suposto falso sequestro, a oposição levou a Presidência da Câmara no segundo turno, numa vitória de virada, já que houve empate com a base de apoio ao prefeito no primeiro turno.

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