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"O produtor terá acesso a empréstimo com juros baixíssimos."

Do governador Roberto Requião, prometendo, ontem, apoio integral a 320 mil pequenas e médias propriedades rurais do estado.

O governo do estado quer desapropriar a fazenda experimental da Syngenta – invadida há sete meses por grupo de sem-terra – para no lugar instalar uma estação de pesquisa agroecológica.

Os pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em Londrina, reagiram com estranheza: estão praticamente parados ou foram abandonados os projetos que a instituição desenvolvia nessa mesma especialidade, como de resto outras pesquisas voltadas para a agricultura familiar e empresarial.

Criado pelo governador Parigot de Souza nos anos 70, o Iapar logo se tornou um dos mais respeitados centros de pesquisa agronômica do mundo, responsável pelo desempenho que a agropecuária estadual apresentou desde então.

Foi importante, juntamente à Emater, para a recuperação e renovação da agricultura paranaense, dizimada pela geada negra de 1975. Novas variedades de trigo e café, adaptadas às condições agroclimáticas do estado, foram introduzidas; sistemas de manejo e conservação de solo, desenvolvidos; iniciou a fruticultura e tornou possível a diversificação.

Hoje, entretanto, o Iapar está praticamente abandonado. Seu quadro de cientistas, que já foi de quase 200, em sua maioria em grau de doutorado, está reduzido a pouco mais de 100. Os desestimulados procuraram outros centros; muitos se aposentaram, sem reposição. Boa parte dos equipamentos e laboratórios tornou-se obsoleta e campos de experimentação já não recebem os mesmos cuidados.

Pergunta-se: será este o destino do novo centro de pesquisa agora anunciado?

Endereço errado

O governador Roberto Requião esteve anteontem em Foz do Iguaçu para inspecionar as obras do Centro de Detenção Provisória – um moderno presídio que mandou construir lá. Ficou irritado com o que viu: após dois anos, a construção avançou apenas 10%. Quis saber a razão e foi informado que o atraso foi provocado pelo fato de a prefeitura local ter feito a doação do terreno de forma irregular, pois incluiu um pedaço de rua na área.

Criticou o atual prefeito, Paulo McDonald Ghisi, responsabilizando-o pelo atraso. Bem quietos, estavam ao lado do governador o deputado Dobrandino da Silva, presidente estadual do PMDB, e o filho Sâmis, ex-prefeito, atual secretário de Turismo do governo estadual. É de Sâmis a lei 2.788, de julho de 2003, que doou a Avenida Mercúrio para a construção da cadeia.

Olho vivo

Política na OAB 1 – Quarta-feira que vem é dia de eleição na Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná. São 30 mil eleitores chamados a escolher entre três chapas no mais politizado dos pleitos já realizados pela OAB desde a sua fundação, em 1930.

Política na OAB 2 – Das três chapas, a "OAB Democrática" (de oposição), é a que mais está afinada com a aliança político-partidária PT/PMDB que governa o estado. Define-se como um "movimento pluripartidário". Seu candidato a presidente é o advogado Marlus Arns de Oliveira, sobrinho do senador petista Flávio Arns. A auxiliá-lo na empreitada está o advogado Guilherme Gonçalves, o mesmo que prestou assessoria jurídica a Requião e ao PMDB durante a última campanha eleitoral para o governo do estado.Política na OAB 3 – O clima esquentou quando outra chapa de oposição ("OAB de Verdade", liderada por Elias Mattar Assad) passou a correr atrás de apoios na esfera política, invadindo principalmente a seara petista. Ontem, por exemplo, anunciou ter conseguido uma defecção no PT ao obter o apoio da deputada federal Dra. Clair. Mais: denuncia a "OAB Democrática" de inspirar-se em programas como o "Luz Fraterna" ao propor redução no valor das anuidades para os associados.

Política na OAB 4 – Os advogados mais tradicionais da praça, que há anos se sucedem no comando na OAB, preferem a chapa "XI de Agosto", presidida por Alberto de Paula Machado e apoiada pelo atual presidente da entidade, Manuel de Oliveira Franco. Por enquanto, a chapa tem evitado envolvimento com políticos ou com partidos.

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