Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, é o foco da nova fase da Operação Lava Jato.| Foto: Agência Petrobras

Ex-funcionários da Petrobras investigados pelo recebimento de propina por parte de representantes de empresas contratantes da estatal são alvos da 20.ª fase da Operação Lava Jato – “Operação Corrosão”, deflagrada nesta segunda-feira (16). Segundo a Polícia Federal, esta nova etapa da investigação envolve contratos relacionados com as refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Pasadena, nos Estados Unidos.

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INFOGRÁFICO: A Lava Jato em detalhes

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Ao todo, foram liberados pela Justiça 11 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de condução coercitiva nas cidades de Rio de Janeiro, Rio Bonito (RJ), Petrópolis (RJ), Niterói (RJ) e Salvador (BA).

Conforme a PF, em um segundo procedimento está sendo apurada a atuação de um novo operador financeiro identificado como facilitador na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes da Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

US$ 6 milhões a diretores

A promessa é de que Diego Candolo, apontado como responsável pelo pagamento de propina no exterior pela compra da refinaria de Pasadena, entregue documentos sobre o esquema de corrupção às autoridades do Brasil e da Suíça. Ele já adiantou que, do total distribuído em suborno pela refinaria norte-americana, US$ 6 milhões foram direcionados para diretores da área internacional da Petrobras, comandada por indicados do PMDB.

O nome de Candolo já havia surgido nas investigações sobre uma Range Rover comprada por Nestor Cerveró, ex-diretor Internacional da estatal, em 2012. As informações prestadas pelo novo colaborador, segundo as investigações, são essenciais para desvendar o repasse de recursos a políticos do PMDB. Os investigadores estão convencidos de que Fernando Soares, o F ernando Baiano, não foi o único operador do partido.

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Candolo, de cidadania suíça e panamenha, operava contas na Suíça e em Lichtenstein. Ele aceitou colaborar com as investigações do Ministério Público da Confederação Suíça e da força-tarefa da Operação Lava Jato. Os investigadores chegaram ao valor de propina para a diretoria internacional não só em razão desta colaboração, mas também com a delação de Baiano, que, juntamente com Candolo, intermediava o esquema a favor do PMDB.

O negócio de Pasadena, fechado pela Petrobras em 2006, resultou num prejuízo de US$ 790 milhões à estatal, segundo valores atualizados. No fim do ano passado, relatório da Controladoria Geral da União (CGU) já indicava um rombo de US$ 659,4 milhões.

Os investigados nesta nova fase da Lava Jato responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Os presos nesta nova fase serão trazidos para Curitiba ainda nesta segunda-feira.

A operação Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras e em outros órgãos da administração pública, com o envolvimento de empreiteiras que formaram um cartel para obter contratos e pagavam propina a funcionários das companhias, a operadores que lavavam o dinheiro do esquema, e a políticos e partidos.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]