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Pessuti com Osmar Serraglio: partido rachado em três grupos | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Pessuti com Osmar Serraglio: partido rachado em três grupos| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Decisão afeta coligações e nome ao Senado

Com a possibilidade de lançar candidato próprio, há dois caminhos que podem ser percorridos pelo PMDB. Uma alternativa é a candidatura do senador Roberto Requião. De acordo com o deputado federal João Arruda, haveria conversas com PCdoB, PV e PRB para possíveis alianças. Nesse cenário, haveria a possibilidade do ex-deputado Marcelo Almeida ser candidato a senador.

Orlando Pessuti diz que já esteve em contato com peemedebistas de mais de 300 municípios. O ex-governador, que já visitou várias regiões do estado desde o começo do ano, deve ter apoio de prefeitos do interior.

Caso opte por apoiar Beto Richa, o PMDB teria vantagens na formação de coligações para as eleições proporcionais, mas não deve ter candidato ao Senado.

Voto cumulativo

Na convenção, um só delegado pode ter direito a quatro votos

Alguns delegados do partido, com funções especiais, têm direito a mais de um voto na convenção. O estatuto do PMDB prevê o voto cumulativo, que ocorre quando um delegado também tem outra função que permite que vote mais de uma vez, como a de parlamentar, por exemplo.

Um delegado pode acumular até quatro votos. Ele ganha esse direito se já foi ou é presidente estadual do partido, se exercer cargo eletivo e ainda, se for líder de bancada. A situação do voto cumulativo influencia a decisão tomada na convenção quando a decisão está acirrada ou se todos os peemedebistas detentores de mandatos defendem a mesma tese. "Essa particularidade pode determinar a decisão, mas nem sempre", diz o presidente estadual do partido, deputado federal Osmar Serraglio.

Na convenção deste ano, correligionários dizem que as opiniões estão divididas e que ainda não é possível dizer se os votos acumulados serão decisivos.

A convenção estadual do PMDB pode ajudar a definir o jogo eleitoral para o governo do estado. Hoje, o partido está dividido. Uma demarcação de qual estratégia os peemedebistas pretendem adotar nas eleições desse ano só deve sair nas convenções partidárias, que podem acontecer no dia 14 de junho. Até lá, o grupo que é favorável ao apoio à reeleição de Beto Richa (PSDB) e o time que sustenta a tese da candidatura própria terão de disputar a simpatia dos cerca de 700 delegados com poder de voto na convenção.

INFOGRÁFICO: Entenda como funciona a convenção do PMDB

Há divergência sobre a definição da data em que a convenção vai acontecer, embora alguns correligionários já deem o 14 de junho como certo. De acordo com a legislação eleitoral, o prazo para os partidos realizarem as convenções é 30 de junho. O presidente da sigla no Paraná, o deputado federal Osmar Serraglio, não confirma e diz que a data será definida numa reunião a ser realizada nesta segunda.

Parlamentares dos diferentes grupos internos evitam antecipar uma estimativa do que querem os delegados e dizem que a resposta final sairá apenas na convenção. Há três possibilidades: o PMDB pode apoiar Richa ou lançar candidato próprio – Roberto Requião, senador; ou Orlando Pessuti, ex-governador. Outra via, que sinalizava uma aproximação com a pré-candidata do PT, Gleisi Hoffman, já foi descartada.

Em janeiro, o partido havia anunciado a possibilidade de realizar prévias para orientar o posicionamento da sigla, mas a consulta – que não teria validade legal – ficou indefinida por muito tempo e deve ser uma estratégia descartada. "Poderia ou não ter a pré-convenção. Ainda não sabemos os passos que serão tomados. Isso vai depender do que costurarem os deputados estaduais", diz Serraglio, que prefere não ser taxativo com relação ao rumo que o partido pode tomar.

Ele defendia as prévias porque, com a sondagem do que querem os delegados, ficaria mais fácil começar a costurar alianças. "Precisamos dessa definição. Se tivermos candidato próprio e for o Requião, não acredito que haveria coligação. Sem aliança, reduz a chance de eleger deputados, por isso a ansiedade com a decisão", opina. O grupo que apoia Requião diz que já há conversas com outros partidos para coligação.

A ala pró-Requião também defendia a realização de prévias. "O ideal seria ter essa pré-convenção, assim como outros estados vão fazer. Mas teremos de esperar a convenção para oficializar o posicionamento. E vamos respeitar o que for decidido", comenta o deputado federal João Arruda, sobrinho do senador.

Sem definição se haverá prévias ou quando será a convenção do partido, o partido continua no escuro e mantém a tentativa de angariar o voto dos delegados. "Estamos conversando com muita gente no interior, falando sobre a possibilidade de candidatura própria e ainda não tivemos contestação", garante Arruda. Pessuti também já viajou por cidades do interior para defender seu nome.

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