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Os vereadores de Curitiba que pe­­diram benefícios para as suas ruas alegam que as solicitações são feitas para beneficiar toda a comunidade e que os próprios vizinhos fa­­­­zem pressão para que as obras sejam reivindicadas. "Eu sou co­­brado por amigos, por vizinhos. Os requerimentos que faço são a pedido da própria população", afirma o vereador Celso Torquato (PSDB).

O discurso é adotado, por exemplo, por Zezinho do Sabará (PSB), que assumiu o mandato no início deste ano. "São as pessoas que pedem para que a gente faça o requerimento", diz. Em seus cinco meses de Câmara até o momento, Sabará pediu quatro interferências da prefeitura em sua rua, todas para desobstrução de tubulações.

Para o líder do prefeito Luciano Ducci (PSB) na Câmara, ve­­rea­dor João do Suco (PSDB), o parlamentar tem obrigação de pedir para a prefeitura que faça melhorias sempre que vê problemas, independentemente de onde elas sejam. "Eu costumo dizer que se você não vê nem o que acontece em frente de sua casa, como é que vai ver o que está do outro lado da rua?"

Os parlamentares também afirmam que os pedidos para as suas ruas são minoria, e que pedem obras para todos os bairros que representam. Se comparados ao total de pedidos feitos pela Câmara, os requerimentos para endereços próprios seriam uma parte pouco significativa. O número total de pedidos apresentados pelos vereadores para todas as ruas e equipamentos da cidade, só no ano passado, foi de 15 mil. Não se sabe quantos desses viraram obras e quantos foram descartados.

Outros integrantes da Câmara dizem que não fazem mais pedidos até para evitar que se diga que eles estão legislando em causa própria. É o caso do vereador Paulo Frote (PSDB). "Moro numa rua que tem um antipó que mais parece uma casca de ovo. Nunca pedi asfalto justamente para não dizerem que estou me beneficiando", afirma. O político, nos últimos anos, porém, solicitou diversas operações tapa-buracos para sua rua, no bairro Pilarzinho.

Já a vereadora Nely Almeida (PSDB) diz que os políticos não precisam legislar em causa própria. "A maioria dos vereadores já tem uma situação confortável, mora em ruas razoavelmente boas. Se eles pedem algo é para beneficiar a comunidade, não a eles mesmos", afirma.

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