• Carregando...

Policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) prenderem na manhã desta quinta-feira Sabrina Aparecida Marques Mendes, a Brena, de 21 anos, na Favela White Martins, em Brás de Pina. Sabrina foi acusada por uma adolescente de 13 anos de encurralar as vítimas na parte traseira do ônibus 350 (Passeio-Irajá), onde cinco pessoas morreram carbonizadas e outras 14 ficaram feridas. Três testemunhas do atentado foram à Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) para fazer o reconhecimento de Sabrina.

A jovem é apontada como namorada do traficante Anderson Gonçalves dos Santos, o Lorde, que teria ordenado o ataque. Ela negou participação no crime. Segundo o chefe de Polícia, Álvaro Lins, porém, ela disse não se lembrar de onde estava na noite de 29 de novembro, quando ocorreu o atentado.

- A história não nos convence - afirmou Lins.

Sabrina, que não resistiu à prisão, foi encontrada na casa de sua mãe, na Rua 51. Álvaro Lins contou que ela foi identificada a partir de uma ficha feita em uma das visitas a Lorde quando ele esteve preso. Segundo a acusada, seu namoro com o traficante terminou há dois meses.

Policiais localizaram Sabrina depois de mostrar uma foto dela para a adolescente de 13 anos presa no sábado passado. A adolescente admitiu ter participado do atentado ao ônibus. Desde sábado, ela está no Educandário Santos Dumont, na Ilha do Governador. De acordo com a juíza auxiliar Renata Rangel, a menina está sofrendo ameaças das internas e de traficantes e corre o risco de morrer.

- Hoje (quarta-feira) policiais estiveram no abrigo, mas ela não disse que foi ameaçada. Ela tem medo de tudo o que está dizendo - disse a juíza.

A menor pode ser incluída num programa de proteção à testemunha de uma ONG ou então ser transferida para um outro abrigo. Durante duas horas, a menor reafirmou sua participação no crime, mas mostrou arrependimento e medo. Diferentemente do depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, ela disse não saber que as pessoas seriam impedidas de deixar o veículo. E que, se soubesse, não teria participado.

A adolescente confirmou que a ação foi comandada por Lorde, em represália à morte de um comparsa. Segundo a menor, o crime foi planejado horas antes do ataque, numa reunião onde todos estavam sob efeito de drogas como maconha e cocaína. Ela disse que usou cheirinho-da-loló. Disse ainda que Lorde chegou a falar sobre a possibilidade de queimar pessoas, mas que não o levou a sério, já que ele costuma fazer brincadeiras. A menor afirmou que aceitou participar do ataque ao ônibus por ter espírito aventureiro, mas que foi seu primeiro envolvimento com o crime.

No depoimento, a adolescente disse também que sua tarefa no ataque era a de parar o ônibus, com a ajuda de Brena. A menor contou que, ao ver o ônibus em chamas e as portas bloqueadas, tentou salvar as vítimas, mas sentiu medo, principalmente de Bruno Monteiro Falcão. Ele e outros três suspeitos foram mortos na noite seguinte ao atentado por traficantes. A adolescente reconheceu os quatro executados ainda na casa da avó, pela televisão, antes de ser presa, na sexta-feira passada, na Favela do Jordão, na Taquara. Segundo ela, a ordem de matar os envolvidos no ataque foi dada pelo traficante Paulo Rogério de Souza Paes, o Mica, adversário de Lorde.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]