Richa e Alvaro ficaram lado a lado na reunião fechada da executiva do PSDB do Paraná: apesar do discurso da unidade, ainda não há consenso sobre o nome do candidato| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Aécio diz que não será vice de Serra, mas depois volta atrás

Em um mesmo dia, o governador de Minas Gerais, o tucano Aécio Neves, apresentou respostas conflitantes para a mesma pergunta – a possibilidade de ser o candidato a vice-presidente do PSDB na eleição deste ano. Primeiro, numa entrevista ao portal de internet Terra, divulgada ontem de manhã, o mineiro disse que a possibilidade de ser vice numa chapa ao lado do governador José Serra para o Palácio do Planalto é "zero". Mais tarde, em evento no Rio de Janeito, indagado se a posição era irreversível, disse: "Irreversível é a morte, nada além disso".

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De olho em votos, Dilma inicia processo de "mineirização"

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, desembarca hoje em Minas Gerais, juntamente com o presidente Lula, para a primeira de inúmeras visitas já previstas ao estado neste ano. Com o governador Aécio Neves (PSDB) fora da disputa presidencial, os aliados da pré-candidata petista trabalham para que ela conquiste os mineiros e garanta uma boa diferença de votos no segundo maior colégio eleitoral do país.

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A reunião de ontem da executiva estadual do PSDB paranaense não foi suficiente para selar um acordo entre os dois pré-candidatos do partido para a disputa ao governo do estado na eleição de outubro. Nem o prefeito Beto Richa nem o senador Alvaro Dias abriram mão de concorrer no pleito. Diante do impasse, ficou agendado um encontro do diretório estadual para o dia 8 de fevereiro – data em que será definido, impreterivelmente, o nome do candidato do PSDB que vai disputar a eleição para governador. Richa, porém, largou na frente e só não deve ser o candidato tucano se houver uma imposição do nome de Alvaro pela direção nacional do partido.

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Com ampla preferência pelo prefeito, membros da executiva estadual apostam que o senador irá desistir da disputa interna. "A saída dele (Alvaro) é ter um entendimento com o Beto, porque se ele for para a disputa (do voto dos membros do diretório estadual), ele perde", disse um integrante da direção estadual do partido.

O próprio Alvaro reconhece que o PSDB no Paraná está ao lado do prefeito. "Aqui já é conhecida a posição da diretoria. Ela foi composta pelo grupo do prefeito Beto. Que a preferência da diretoria é pela candidatura do Beto é um fato amplamente conhecido, mas o partido é composto por militantes e filiados em todo o estado", afirmou o senador ao sair da reunião.

Para "equilibrar" a disputa com o prefeito de Curitiba pela preferência dentro do partido, Alvaro vem articulando o apoio da cúpula nacional do PSDB. Isso ficou claro quando ele foi questionado ontem, logo após a reunião, sobre os resultados concretos do encontro. "Vamos buscar um entendimento e aguardar a visita do (senador) Sérgio Guerra (presidente nacional do partido) para que ele possa conduzir esses entendimentos", respondeu.

Alvaro aposta que será o escolhido pela direção nacional com base no fato de que, se for ele o candidato do PSDB, o irmão, senador Osmar Dias (PDT), desistiria de disputar o governo e tentaria a reeleição para o Senado. "Sendo o Beto o escolhido, ele vai concorrer com o Osmar numa eleição muito apertada", explica Alvaro.

Além disso, Osmar provavelmente fecharia uma aliança com o PT no caso de Richa ser o candidato. Isso daria um palanque forte para a pré-candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff. Sem Osmar no páreo, o palanque de Dilma no Paraná ficaria enfraquecido, beneficiando o candidato tucano ao Palácio do Planalto, José Serra.

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Discurso da legitimidade

Já Richa deu entrevistas em tom diplomático. "A reunião foi muito boa. Houve espaço para todos os presentes darem sua opinião", disse o prefeito.

Apesar disso, o grupo pró-Richa já adota o discurso da legitimidade que o diretório estadual tem no processo da escolha do candidato. "A decisão do diretório estadual será respeitada pela executiva nacional. A decisão será aqui do Paraná", disse o presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, que não esconde a preferência pela candidatura de Beto Richa.

Em pelo menos uma coisa Richa e Alvaro concordaram e saíram da reunião com um discurso uniforme: respeitar a escolha do partido, permanecer unido seja qual for o candidato escolhido.