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Curitiba – Desde que começou a articular sua defesa, o deputado José Dirceu (PT-SP) escolheu como alvo o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Em entrevista à Folha de S. Paulo, no domingo, Dirceu citou o paranaense: "Hoje o relator da CPI dos Correios está dizendo que o dinheiro veio do Daniel Dantas (dono do banco Opportunity, antigo controlador da Brasil Telecom) e dos fundos de pensão. Ele não tem prova nenhuma".

Em entrevista à Gazeta do Povo, o paranaense afirma que há indícios contra o ex-ministro e vê revelações importantes no depoimento de Dantas.

Gazeta do Povo – A possibilidade do banqueiro Daniel Dantas fazer novas revelações na CPI dos Correios era aguardada com expectativa, mas muitos parlamentares se mostraram desapontados com o depoimento. Como o senhor vê as declarações de Dantas na CPI?

Osmar Serraglio – Eu acho o seguinte. Houve novidades importantes. Ele confirmou a história de que na venda da CRT (empresa de telefonia no Rio Grande do Sul), a Brasil Telecom pagou R$ 800 milhões, quando o valor de mercado era de R$ 500 milhões. Quem insistiu nesse negócio foram os Fundos de Pensão, contra a vontade do Opportunity (banco de Dantas, parceiro dos fundos de pensão na administração da Brasil Telecom). Ou seja, pelo que ele diz, os fundos estavam a fim de pagar um valor alto mesmo. Aí a Petros (fundo de pensão da Petrobrás) vem para se defender e diz que foi pago R$ 90 milhões em títulos que hoje valem R$ 47 milhões, o que acaba confirmando o que disse o Dantas.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo no domingo, o deputado José Dirceu faz referência à sua pessoa e diz que não existem provas de que ele seria o chefe do esquema do mensalão. O senhor acha que Dirceu é mesmo responsável pelo esquema?

Temos os corrompidos. Quem são os corruptores? Quem é que tinha interesse nos votos dos deputados? Os fundos de pensão não estavam interessados. O governo estava interessado. Eles eram corrompidos para alguém, e esse alguém é o governo.

Se não é o José Dirceu, então tem que haver outras pessoa. Sabe-se que as nomeações nas estatais, por exemplo, passavam por ele. Ele que articulava a relação com os partidos aliados.

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