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Iniciante tardio na política, o empresário da educação Pedro Chaves dos Santos, filiado ao PSC de Mato Grosso do Sul, pode assumir, aos 74 anos, uma cadeira no Senado caso o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso desde a última quarta-feira (25) pela Operação Lava Jato, não possa retornar às suas atividades parlamentares.

Integrante da elite sul-mato-grossense, Chaves tem uma relação familiar com outro personagem investigado por corrupção no âmbito da Petrobras. Sua filha, Neca Chaves Bumlai, é casada com Fernando Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, preso desde a última terça-feira (24). O empresário é amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi preso por supostamente participar de um esquema de corrupção e fraude para pagar dívidas da campanha da reeleição do petista. A família Bumlai pertence também ao círculo mais próximo de amigos de Delcídio.

A relação familiar lançou suspeitas sobre o suplente. Senadores tanto da oposição quanto da base aliada disseram ter receios de que uma pessoa com ligações tão próximas a Bumlai possa assumir uma cadeira no Senado.

Uma possível nomeação de Chaves, no entanto, ainda deve demorar. Isso porque, de acordo com o Regimento Interno da Casa, o suplente de um senador só pode assumir o cargo em caso de morte do titular, renúncia ou cassação do seu mandato ou quando o senador tirar uma licença superior a 120 dias.

Por ter sido preso, Delcídio foi colocado em uma licença especial automática e sem prazo definido. Ele foi o primeiro senador desde a redemocratização a ser preso no exercício do mandato. Mesmo nesta condição, ele continuará a receber um salário de R$ 33,4 mil, pelos próximos quatro meses no mínimo.

Chaves poderia assumir o mandato após este período. Outra hipótese para que o professor, como Chaves é conhecido em sua região, assuma o cargo é no caso de o Senado cassar o mandato de Delcídio ou de ele próprio apresentar um pedido de renúncia.

Oriundo de uma família de educadores, Chaves começou a ascender na carreira ao assumir a direção da escola Mace, uma das instituições de educação mais tradicionais do Mato Grosso do Sul, em 1971. Anos depois, ele criou o CESUP, que posteriormente foi transformado na Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, a Uniderp. As duas instituições foram vendidas em 2007 para o Grupo Anhanguera.

O empresário só entrou de vez no mundo político em 2010, quando aceitou compor a chapa de Delcídio para concorrer a uma vaga no Senado. Na época, ele deixou a presidência da junta interventora que administrava a Santa Casa de Campo Grande.

Na época, Chaves declarou um patrimônio de R$ 69,3 milhões, valor não corrigido pela inflação. Entre seus bens, constavam majoritariamente terras, imóveis, sendo três apartamentos no Rio de Janeiro, dois aviões Cessna, uma quota de R$ 962 mil da Mace, além de aplicações bancárias, sendo uma de R$ 30,6 milhões em um único investimento no banco Santander, todos em valores não corrigidos.

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