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A Procuradoria-Geral Eleitoral emitiu parecer ontem negando o pedido de registro de candidatura de Albanor Gomes (PSDB), que disputou a prefeitura de Araucária, na região metropolitana de Curitiba. O município vive uma situação inusitada desde domingo, quando o tucano venceu a eleição por uma diferença de 2.301 votos, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou nula a votação e aclamou como vitorioso o segundo colocado, o atual prefeito Olizandro Ferreira (PMDB).

O despacho do Ministério Público Eleitoral complica ainda mais a situação de Gomes, considerado inelegível desde 2004 por ser sócio da empresa Mega Cred, que abriu falência na época com uma dívida de R$ 48 milhões. Pela lei, administradores de empresas de crédito financeiro e sob liquidação judicial são impedidos de disputar eleição.

Na eleição passada, o tucano era prefeito de Araucária e desistiu de concorrer a reeleição quatro dias antes da eleição para não correr o risco de ter a candidatura impugnada.

Agora, quatro anos depois, Gomes vive a mesma situação. A diferença é que desta vez ele manteve a candidatura até o fim, mesmo com o registro negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná e acabou tendo os votos anulados.

Depois de recorrer sem sucesso ao TRE e ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Gomes aguarda agora uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Tenho esperança de ganhar no TSE e os votos válidos serão computados para mim", disse.

O parecer emitido ontem pelo Ministério Público Eleitoral será encaminhado ao ministro relator do processo, Caputo Bastos, que vai decidir se acata ou não a recomendação da Procuradoria-Geral. De acordo com o parecer, o recurso impetrado por Albanor Gomes pela liberação de sua candidatura deve ser indeferido porque "os efeitos da falência ainda estariam ativos em relação ao candidato que não teria sido exonerado de sua responsabilidade". Em sua defesa, ele argumenta que era apenas sócio da empresa e a inegibilidade só se aplicaria caso fosse diretor.

A situação de "ganhou, mas não levou" gerou um clima de instabilidade no município. Albanor Gomes garante que não enganou os eleitores sobre sua situação pendente junto à Justiça Eleitoral. "Tem muita gente revoltada, querendo fazer manifestação, mas não há o mínimo interesse de criar tumulto. Fiz campanha com propostas e todos sabiam que eu estava lutando com recurso em Brasília para poder concorrer", disse.

A disputa entre os dois grupos rachou ao meio o eleitorado. Albanor Gomes fez 31.201 votos contra 28.900 de Olizandro Ferreira. O prefeito disse que continua trabalhando normalmente. "E se houver alguma possibilidade remota dele ser prefeito vou administrar a transição com a maior tranqüilidade", afirmou. Para Ferreira, a campanha foi tumultuada porque Albanor Gomes estava concorrendo "por conta e risco", sabendo que os votos seriam nulos. "Mas o eleitor ficou perdido."

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