• Carregando...
Forças Armadas em operação no Rio de Janeiro (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Forças Armadas em operação no Rio de Janeiro (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)| Foto:

O PSOL quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a mudança no Código Penal Militar que transferiu para a Justiça Militar o julgamento de homicídios de civis cometidos de forma intencional pelas Forças Armadas. A ação direta de inconstitucionalidade, encaminhada na segunda-feira (26), vem dez dias após o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro.

A lei que tirou do Tribunal do Júri o poder de julgar militares (13.491/2017) foi sancionada em outubro do ano passado pelo presidente Michel Temer. Para o PSOL, a medida privilegia os membros das Forças Armadas e fere o princípio de igualdade entre os cidadãos.

“Nós estamos criando uma regra de exceção voltada a um segmento específico da sociedade — obviamente, numa tentativa de beneficiá-lo, privilegiá-lo. Assim, vai se construindo a ideia corporativista de preservação dos militares envolvidos”, afirma o advogado do partido, André Maimoni.

LEIA MAIS: Governo veiculou campanha milionária pró Reforma da Previdência um dia antes de desistir da proposta

Advogado do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJMSP), Marcelo Knopfelmacher defende, entretanto, que a medida pode gerar o efeito oposto. Para ele, a Justiça comum acaba sendo mais leniente com a violência das Forças Armadas do que a Justiça especializada.

“Muito provavelmente, nós vamos ter um júri mais condescendente com os militares do que a própria Justiça Militar. Na hora que o militar é julgado pelo Tribunal do Júri, sempre surge o argumento ‘Ele matou um bandido. Ele matou um traficante’. A Justiça especializada analisa protocolos, subordinação, disciplina. É uma justiça técnica e nada corporativista”, argumenta.

Investigação

Em 2017, a lei chegou a ser criticada pelo Ministério Público Federal (MPF) e por entidades de Direitos Humanos, e foi questionada no Supremo pela Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol). A entidade contesta a garantia de que não só o julgamento, mas também a investigação de processos que envolvam militares seja conduzida pela Justiça Militar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]