Na minha opinião, a presença em debates do candidato líder em todas as pesquisas, Jair Bolsonaro, é uma resposta que só será trazida pelo tempo mas tem tudo para causar muito bate-boca nas redes sociais.
A cobrança é sempre feita dos que encabeçam a preferência do eleitorado (não estou contando com aqueles que estejam atrás das grades no momento da disputa) nas eleições presidenciais e, pleito após pleito, vemos que fugir do confronto é estratégia de sucesso.
O povo brasileiro não é dado a conflito. Quem ganha com embates são aqueles que precisam crescer. Os que estão no topo sem ter debatido antes obviamente irão cair quando escrutinados, quando finalmente vier à tona a verdade incontornável para um eleitorado adolescente e dado a comportamento messiânico de manada: trata-se de um ser humano.
A estratégia de comparecer apenas ao último debate da Rede Globo ou escolher 2 ou 3 dos mais importantes funcionou bem para todos os eleitos à presidência no Brasil. O povo nem lembra que fugiram da reta e conseguiram manter a aura de intocáveis até a urna. A dificuldade de utilizar a estratégia de sucesso no caso de Jair Bolsonaro é só uma: ele não é o diferente? Não é contra tudo isso o que está aí? Como seria exatamente igual? Talvez o povo nem pense nisso, o trate como igual, um novo líder messiânico.
O fato é que Jair Bolsonaro jamais se engancharia no raciocínio de seus seguidores, que o defendem cegamente. Às vezes acaba traído pelas próprias palavras. Ao repetir o dito militar de que “o soldado não foge da guerra”, viu o conceito ser equiparado ao de debate nas redes sociais em que reina absoluto frente a adversários que patinam tentando encontrar um lugar ao sol. Alguns dias depois, lançaria um vídeo:
Eu não falei com ninguém da imprensa. A imprensa tem dito que eu não comparecerei a debates, diz que eu tô fugindo de debates. Não houve, até o momento, nenhum debate! Do que eu tô fugindo? Debates na televisão: compareceremos a todos, sim! Podem ter certeza.
Realmente é a primeira vez em que Jair Bolsonaro se pronuncia abertamente sobre o assunto, mas o argumento não é 100% verdadeiro: as participações em debates são negociadas com a equipe de campanha com muita antecedência. O pré-candidato também já manifestou incômodo com convites feitos não para ouvi-lo mas para tentar derrubá-lo.
Será este o último posicionamento sobre debates? Teremos alguma reviravolta nessa história? Sugiro que aguardemos até o início do período eleitoral.
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