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Fernando Haddad
Ministro Fernando Haddad disse que até 2,5 milhões de brasileiros podem se beneficiar com o Desenrola.| Foto: Isaac Fontana/EFE

Já está em vigor, lançado na segunda-feira, o Desenrola, para facilitar a vida de quem está devendo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou com muita alegria que, calcula-se, 2,5 milhões de brasileiros que tinham débitos no cadastro negativo de até R$ 100 passaram por uma lavagem. Está tudo em branco agora. Apagaram os débitos. Quantos brasileiros são os credores deles, que nunca mais vão receber? E não é pouco: se são 2,5 milhões e todo mundo estiver devendo R$ 100, dá R$ 250 milhões. Ainda que seja um débito menor, metade disso, R$ 125 milhões ainda é muito dinheiro.

O credor foi quem confiou no outro. E o outro, que ficou devendo, é o chamado mau pagador. Assumiu um compromisso e não cumpriu. Não podia, não quis, relaxou, não controlou. É isso: ficamos premiando o devedor e punindo o credor. Estamos estimulando as pessoas a fazer dívidas e não pagarem. E estamos desestimulando aqueles que dão crédito, não é?

Guerra do governo contra o agro já tem suas consequências

Enquanto isso, o ministro da Fazenda culpa os juros pela queda na prévia do PIB. Tem de procurar a culpa sempre no outro, não? Vejo, preocupadíssimo, que o comércio de máquinas agrícolas está caindo. O que significa isso? Previsão de plantio menor. O governo desestimula o agro, parece querer punir o setor porque votou no seu adversário. Quer assustar o agro dando apoio ao MST – o agro que já está assustado com o processo que está no Supremo para interpretar a Constituição, que é claríssima, dizendo que são indígenas as terras que eles ocupavam em 5 de outubro de 1988, o dia da promulgação da Constituição em 1988. Está aí o resultado. O agro segura o balanço de pagamentos e a balança comercial. Só podemos importar porque o agro exporta muito e gera divisas para que possamos trazer tudo aquilo que usamos e é fabricado no exterior.

Lula volta a defender censura nas redes sociais

O presidente Lula, em Bruxelas, está insistindo em regulamentar as redes sociais. “Regulamentar” é o eufemismo para substituir a palavra “censura”. O que são as redes sociais? A nova ágora, a nova praça pública, agora universal, mundial, planetária, digital, em que toda pessoa ganha voz. Estão querendo fazer o quê? Controlar a voz das pessoas. Mas na democracia as pessoas são a origem do poder. Então, querem restringir a democracia, como fazem a China ou a Coreia do Norte? Estamos nos assemelhando a esses países.

Pedido por dados de seguidores de Bolsonaro é absurdo

Agora mesmo, o subprocurador-geral da República oficiou ao ministro Alexandre de Moraes um pedido para que as redes sociais forneçam o nome de todos que seguem Jair Bolsonaro, e tudo que Bolsonaro publicou sobre eleição e o 8 de janeiro, para saber se houve estímulo de Bolsonaro, e para ver a vibração dos demais, digamos, “golpistas”, os likes, os compartilhamentos de todo mundo. No Facebook são 15 milhões de pessoas; no Instagram são 25 milhões; no YouTube são 6,5 milhões; no TikTok, 5,5 milhões; no LinkedIn, 426 mil. Querem todas as referências de Bolsonaro sobre TSE, sobre Supremo, urnas, eleição, militares.

Por que o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos está pedindo isso à Justiça? Porque o inciso XII do artigo 5.º da Constituição diz que tudo isso é “inviolável, salvo por ordem judicial, para fins de investigação criminal”. Então, agora, todo mundo vai estar se sentindo investigado criminalmente. É o suposto perigoso, suspeito perigoso. Eu não sei o que vão dizer as empresas, donas dessas plataformas, que são todas internacionais, sediadas na maior democracia do mundo, os Estados Unidos.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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