TSE negou anulação das urnas de modelos anteriores ao de 2020.| Foto: André Rodrigues/Arquivo/Gazeta do Povo
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O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que a chance de o recurso do PL no TSE sobre 279 mil urnas antigas que não têm garantia de resultado é zero. Não tem como, já vimos a reação imediata do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, dizendo que seria preciso acrescentar em 24 horas também pedido relativo às urnas no primeiro turno. É uma jogada para saber se vão assumir a “deseleição” de deputados estaduais e federais. Considerando só as urnas novas, de 2020, Bolsonaro teria 51% dos votos e seria o vencedor. Mas a chance é zero, disse Ricardo Barros.

Barros ainda afirmou que o que é preciso fazer é contestar a parcialidade do TSE durante a campanha, uma parcialidade expressa. Pegar todos os eventos, os episódios de parcialidade, e discutir tudo no Congresso Nacional. Aliás, o Congresso não discute nada. É por isso que o povo está na frente dos quartéis, porque desistiu de seus representantes. Isso é gravíssimo, está rompido o elo da democracia, entre representante e representado, mandante e mandatário. O mandante não confia mais no mandatário, porque o mandatário se encolheu. Temos 62 requerimentos de impeachment de ministros do Supremo parados no Senado.

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Na Câmara, o deputado Marcel van Hattem está colhendo assinaturas para uma CPI que pretende investigar crimes de abuso de autoridade da parte de ministros do Supremo. Ele está com metade das 171 assinaturas necessárias. A Câmara ficou quieta quando prenderam Daniel Silveira, apesar de estar escrito na Constituição que deputados e senadores são invioláveis por quaisquer de suas palavras. A Câmara se encolheu igual ao Senado, quando senadores levam ao Supremo discussões políticas que deveriam ser resolvidas nos plenários do Congresso. Entregam ao Supremo como se dissessem “vocês é que são o poder político”. O poder de legislar fica entregue ao Supremo, o poder constituinte está no Supremo. Aí o povo não sabe a quem recorrer, não confia mais em seus representantes, e vai pedir aos quartéis para protegê-lo contra abusos.

Jucá é alvo de nova operação contra corrupção, mas será que vai acontecer algo?

A Polícia Federal fez busca e apreensão em torno do ex-senador Romero Jucá, de Roraima, que tentou voltar ao Senado este ano e perdeu. Jucá e outros teriam ficado com R$ 15 milhões de propina em negócios de R$ 500 milhões envolvendo dinheiro federal. O TCU descobriu, e a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal foram atrás: é dinheiro de convênios com prefeituras, e as empreiteiras pagavam a propina para ganhar as obras.

Não sei o que vai acontecer com Jucá, que há muito tempo vem sendo alvo dessas investigações, porque estamos vendo que são poucos os que pagam. Alguém como Sérgio Cabral é condenado a 425 anos e já está para sair da prisão. Por isso há quem queira algo como o que aconteceu esses dias lá no Afeganistão, onde encheram um estádio para dar chibatadas em ladrões. A legislação brasileira, como diz o ex-reitor da Universidade Federal do Pará Alex Fiuza de Mello, é de uma república que não é republicana, porque favorece a corrupção.

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