Somos todos responsáveis pelo trânsito

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Mônica Santos observa foto da mãe, atropelada em cima da calçada por um motorista bêbado: tristeza e indignação

Hoje, 22 de setembro, comemora-se o Dia Sem Carro. Em um dia de comemoração, uma triste constatação foi mostrada na Gazeta de hoje. O trânsito pode e deve ser definido como um ambiente de risco.No Paraná, os carros matam mais que as armas. Em 2007, os carros assassinaram 30,4 pessoas a cada grupo de cem mil enquanto a violência matou 29,5 vezes a cada cem mil habitantes.

O mais triste é saber que, em parte, somos todos responsáveis por isso. No trânsito, as leis parecem criadas como um incômodo, uma tentativa de dificultar o livre tráfego pelas ruas (já entupidas de veículos). Como disse o presidente da Comissão de Trânsito da OAB-PR e professor de Direito de Trânsito do UniCuritiba, Marcelo Araújo, é comum muitos saberem de cor quantos pontos podem tomar na carteira e qual o valor pago pelas infrações. Ou seja, cogita-se a possibilidade de infringir a lei em determinados casos. Quem assalta um banco ou comete estelionato tem esse mesmo conhecimento na cabeça, só que do Código Penal.

Não sei até que ponto a perda da carteira e a necessidade de fazer curso de reciclagem transformam o comportamento. Sugiro a cada um de nós conhecer alguma pessoa que perdeu algum ente querido de forma estúpida no trânsito. Eu tive essa oportunidade: falei com Mônica Cristina Bonetto Santos, cuja mãe foi atropelada por uma motorista bêbada nas ruas tranquilas do bairro Capão Raso, em Curitiba. Não é preciso ser psicólogo para perceber as marcas desse “acidente” em uma família. É impossível dizer por quanto tempo essa cicatriz permanecerá exposta.

O trânsito é um espaço de convivência e o carro pode se transformar em uma arma, tão letal quanto um fuzil. Mesmo listando algumas das razões pelas quais o índice é tão alto, não sei o que pode ser feito para colocar o conceito da segurança na cabeça de cada motorista.

O que pode ser feito para tornar o trânsito mais seguro?