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O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF) se transformou no grande algoz dos réus do mensalão. Relator do caso, está condenando a grande maioria dos réus, incluindo José Dirceu e José Genoino.

Na edição de hoje da Folha de S. Paulo, no entanto, o ministro conta que é eleitor de Lula desde o segundo turno de 1989, contra Fernando Collor de Mello. No primeiro turno, havia votado em Brizola.

Voltou a votar em Lula em 2002 e mesmo em 2006, quando já era o relator do caso do mensalão. E em 2010, votou em Dilma Rousseff para presidente.

A informação deve chocar muitos. Aos tucanos, que pretendem usar Barbosa como um ícone antilula. E aos petistas, que devem se sentir “traídos” pelo ministro.

No fundo, porém, o ministro não cometeu nenhum despropósito, como pode parecer. E também não é nenhuma incoerência. A convicção política do ministro não deveria mesmo interferir na sua opinião jurídica sobre um caso específico.

Muitas vezes, as pessoas confundem uma coisa com a outra: não é porque você considera o sujeito um bom candidato que tem que aliviar para ele.

Há uma certa tendência do eleitor de achar que se você vota em alguém tem de defendê-lo até a morte. Não deveria ser assim: se o sujeito pisa na bola, cobre, mesmo que esteja “do seu lado”.

Ou, se não for assim, estaríamos dando carta branca para o sujeito roubar só porque gostamos mais dele do que de seu opositor.

Mas nesses tempos de ativismo de internet, parece que o certo é escolher um lado e ir às últimas consequências para fazer com que aquele grupo pareça certo. Isso cria os Reinaldos Azevedos e Paulo Henrique Amorins da vida. E tira toda a inteligência da política.

Uma vez mais, viva Joaquim Barbosa!

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