O presidente Michel Temer nesse seu período de interinidade (afinal, parece que não há de ser mais do que isso) mostrou em pelo menos cinco momentos que não tem a menor noção das década em que está e de como são as coisas no país em que supostamente está governando. Veja abaixo coisas que o presidente disse e fez ao longo dos meses e que mostraram seu descolamento com a realidade.
O país dos cruzeiros
Numa cerimônia oficial, Michel Temer afirmou que o ministro da Saúde indicado por ele, Ricardo Barros, estava se saindo muito bem. Prova disso era que estava economizando muito dinheiro para os cofres públicos. No total, já tinha poupado “oitocentos milhões de cruzeiros“, afirmou Temer, fazendo imediatamente o país voltar ao início dos anos 90.
Mulher é em casa
No Dia da Mulher, Temer mostrou que a troca do nome da moeda era bobagem. Muito mais do que deslizes, o atual presidente é capaz de acreditar que a cultura do país permanece em algum ponto obscuro do passado. Ao tentar homenagear as mulheres, disse ter “absoluta convicção (…) do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar”. E ainda tascou um comentário dizendo que as mulheres ajudam na economia. Com seu trabalho e inteligência? Não, ao fiscalizar os preços nos mercados.
De volta à URSS
O Planalto parece ter sido contaminado pela visão de Temer. Os funcionários do governo informaram recentemente que o presidente estava de visita à República Socialista Federativa Soviética da Rússia. A União Soviética estava a caminho de voltar a existir.
Soviéticos
O erro na agenda presidencial poderia parecer casual. Mas não. Concordando com os colunistas de política que seguem vendo comunistas em toda parte, o próprio Temer afirmou que estava conversando com “empresários soviéticos“. Só lembrando que a URSS não existe mais (pelo menos fora da cabeça de Temer) há 26 anos.
Mesóclises
Temer não confunde sua época apenas por informações geopolíticas e por não ter a mínima noção de que as mulheres podem ser mais do que donas de casa. O linguajar do presidente mostra que ele segue fiel ao século 19. O principal exemplo são as mesóclises, que ele até andou deixando meio de lado, mas que mostram a total falta de contato do homem com a literatura e a língua de seu tempo.
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