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Virginia Raggi, a prefeita eleita de Roma. Foto: Divulgação/Facebook
Virginia Raggi, a prefeita eleita de Roma. Foto: Divulgação/Facebook| Foto:
Virginia Raggi, a prefeita eleita de Roma. Foto: Divulgação/Facebook

Virginia Raggi, a prefeita eleita de Roma. Foto: Divulgação/Facebook

A eleição de Virginia Raggi para a prefeitura de Roma, no domingo (19), simboliza a decadência dos partidos políticos tradicionais registrada no pós-crise em vários países.

Apesar de milenar, Roma terá a primeira prefeita mulher de sua história. Virginia Raggi, de apenas 37 anos, venceu Roberto Giachetti, candidato do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), liderado pelo primeiro-ministro Matteo Renzi.

Raggi integra o partido populista e antipartidário Movimento 5 Estrelas (M5S). É maior vitória eleitoral da legenda liderada pelo humorista Beppe Grillo. Até então, a maior cidade governada pelo M5S era Parma, de 190 mil habitantes.

O M5S nasceu em 2009 e agitou a política italiana, até então polarizada entre a centro-esquerda herdeira do Partido Comunista e a centro-direita liderada por Silvio Berlusconi.

Grillo, um dos humoristas mais famosos do país, se transformou rapidamente no líder mais polêmico da Itália, com uma plataforma de contestação à classe política tradicional, à política econômica dos governos de Silvio Berlusconi e Mario Monti, e às diretrizes de austeridade da União Europeia. Nas eleições de 2013, o M5S garantiu 25,5% dos votos para a Câmara (108 cadeiras) e 23,7% dos votos para o Senado (54 cadeiras).

Pablo Iglesias, o novo líder espanhol. Foto: Divulgação/Facebook

Pablo Iglesias, o novo líder espanhol. Foto: Divulgação/Facebook

A queda dos partidos tradicionais se dá diante da impossibilidade dessas legendas darem respostas à crise que atingiu vários partidos da Europa. Na Espanha surgiu o Podemos, um partido político de esquerda fundado em 2014, ano de aprofundamento da crise, com desemprego recorde.

Quatro meses depois de formado o Podemos, liderado pelo ex-professor de Ciência Política Pablo Iglesias, duro crítico do neoliberalismo e da política de austeridade da União Europeia, conquistou cinco cadeiras no Legislativo (de um total de 54), com 7,98% dos votos, sendo a quarta candidatura mais votada em Espanha. Em menos de uma semana tornou-se o partido político espanhol mais seguido nas redes

Aléxis Tsípras na época da universidade.

Aléxis Tsípras na época da universidade.

sociais, ultrapassando os tradicionais PP (de direita) e PSOE (de centro-esquerda).

Em dezembro de 2015, a novíssima sigla abocanhou 20,6% dos votos e elegeu 69 deputados, colocando fim ao bipartidarismo espanhol. O resultado provocou instabilidade política e nesta semana os espanhóis irão às urnas novamente para tentar resolver o impasse. Pesquisas mostram que o Podemos deve avançar ainda mais e ficar em segundo lugar, um pouco atrás do PP e à frente do

Aléxis Tsípras  hoje, com perfil de político.

Aléxis Tsípras hoje, com perfil de político.

PSOE, se transformando na segunda força política do país.

Na Grécia não foi diferente. Depois que o país mergulhou na maior crise de sua história recente, os grecos viram a saída não nos tradicionais Pasok, de centro esquerda, e Nova Democracia (centro direita), mas sim na esquerda liderada por Aléxis Tsípras, líder da Coligação da Esquerda Radical (SYRIZA).

Tsípras emergiu ao liderar a revolta da população grega contra os sacrifícios impostos pela União Europeia para tirar o país da crise.

Se a moda pega – ou já pegou – as legendas clássicas estão com seus dias contados. Na melhor das hipóteses, terão de se reinventar. A crise na América Latina é uma janela para novas lideranças, especialmente aquelas que não concordam com os programas de arrocho à população de menor poder aquisitivo, com a retirada de direitos e redução de investimentos sociais, medidas defendidas por partidos tradicionais de centro-direita.

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