Bloqueio de caminhoneiros em Santa Catarina, nesta-quarta-feira (08/09).| Foto: Reprodução/Facebook
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Um estudo da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, realizado em junho de 2018, estimou que a greve de caminhoneiros, ocorrida no mês de maio daquele ano, causou um impacto negativo de cerca de 15,9 bilhões na economia do país, aproximadamente 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Agora, diante de uma série de bloqueios nas estradas pelo país, nesta quarta-feira (08/09), há preocupação de setores produtivos com a possibilidade de um novo tombo nas projeções de crescimento, que já haviam sido reduzidas recentemente.

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Após a paralisação de 2018, Fábio Kanczuk, que era Secretário de Política Econômica, avaliou que alguns setores conseguiram recuperar as perdas, mas para outros, como o alimentício, a perda foi definitiva. "De fato alguns setores, pela especificidade do produto, como o leite, irão absorver a perda permanente”, contatou na época. O mesmo pode ocorrer agora caso os bloqueios nas estradas cheguem ao nível de afetar o abastecimento.

Barreira de pneus em rodovia.| Foto: Reprodução/Twitter
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O temor de diversos setores com o risco de queda da atividade econômica é evidente. A associação que reúne fabricantes de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, a Eletros, por exemplo, já vê riscos de muitas indústrias paralisarem linhas de produção por falta de insumos em decorrência da retenção de carretas com mercadorias nas estradas.

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou nota nesta quarta-feira (08/09) à noite na qual afirma que o bloqueio de rodovias “já causa prejuízos consideráveis para o setor industrial e ameaça a continuidade da produção e do transporte de insumos e produtos”.

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, representante de 10,5 mil empresas que operam no setor, também divulgou nota em que prevê “graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio“, em decorrência do bloqueio de rodovias federais por caminhoneiros autônomos.

Nos meios políticos, algumas lideranças avaliaram como um “segundo tiro no pé” da base de apoio ao governo depois da reação dos mercados às manifestações de 7 de setembro. O principal índice da Bolsa brasileira (B3) fechou em forte queda de 3,78% nesta quarta-feira (08/09), aos 113.412,84 pontos, no menor nível desde março e com fuga de investidores. No câmbio, o dólar subiu 2,89%, encerrando na máxima do dia, a R$ 5,3261, maior valor desde 23 de agosto.