O estrago da disparada dos preços de produtos e serviços e do dólar nas alturas, entre outros fatores, pode ser verificado no poder aquisitivo da população. Um levantamento da Numbeo – rede colaborativa que conta com cerca de 600 mil colaboradores em mais de 10 mil cidades em todo o mundo – mostra que o poder de compra local do brasileiro se aproxima do registrado em países pobres, como muitos situados na África. Entre 138 países pesquisados, o Brasil fica em 92º lugar, bem atrás de outros latino-americanos, como México, Chile, Argentina e Uruguai.
Para calcular o poder de compra, os indicadores da Numbeo são relativos à cidade de Nova York, que tem peso 100. Esse índice mostra o poder de compra relativo na compra de bens e serviços numa cidade específica para o salário médio nessa cidade. Se o poder de compra local é 40, por exemplo, isto significa que os habitantes dessa cidade podem comprar, com o salário médio, 60% menos bens e serviços do que residentes de Nova Iorque com o salário médio.
O melhor colocado nesse ranking é a Suíça, que tem índice de 102,58, isto é, os cidadãos suíços têm, em média, poder aquisitivo mais alto que os de Nova York. Em segundo lugar vem os EUA, que também, na média, tem indicador acima de 100.
O indicador atual para o Brasil é 28,66. Esse índice revela que o poder de compra local do brasileiro, em média, equivale a menos de um terço de um nova-iorquino e quase um quarto, em média, de um morador da Suíça. Comparando com latino-americanos, o indicador do México é 35,54, da Argentina 34,56, do Chile 33,33 e do Uruguai, 30,62.
O poder de compra local do brasileiro, de acordo com os dados da Numbeo, não está muito acima do atribuído a moradores de muitos países africanos. O indicador do Quênia, por exemplo, é 27,67, muito próximo do Brasil. O da Somália é 27,23 e o do Argélia, 24,77.
Fazendo um recorte do continente americano, dos 28 países pesquisados, o Brasil fica entre os 10 com menor poder de compra local. O poder aquisitivo dos brasileiros atualmente, em média, se situa entre o dos peruanos e dos paraguaios.
O baixo poder de compra é reflexo de preços muito elevados para o padrão de renda das pessoas, o que, consequentemente, aumenta o nível de pobreza da população.
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