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Remdesivir é a nova esperança para combater o coronavírus
| Foto: Divulgação/Gilead Sciences

Não é mais a cloroquina – defendida por muitos médicos mundo afora e líderes políticos como os presidentes dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro – a única esperança para acabar com a pandemia de coronavírus. Também não é a nitazoxanida, princípio ativo do vermífugo Annita e remédio “secreto” anunciado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. A grande promessa da vez na “guerra” contra o Sars-Cov-2 chama-se remdesivir, antiviral desenvolvido pela Gilead Sciences para tratamento de doenças como Ebola e em fase de testes para a covid-19.

Nesta sexta-feira(17) as bolsas europeias e futuros de Nova York, assim como a bolsa brasileira, abriram em alta diante do otimismo com o anúncio de dados preliminares sobre o sucesso no tratamento com remdesivir de 125 pacientes atingidos pela covid-19.

As ações da Gilead chegaram a disparar mais de 16% no after market das bolsas dos EUA na quinta-feira (16). Nesta sexta, replicou a alta e atingiu mais de 10% na Nasdaq, bolsa que reúne as principais empresas de tecnologia do mundo.

De acordo com artigo publicado pelo site Stat, especializado em notícias sobre saúde e fabricação de medicamentos, um grupo de 125 pacientes recebeu a medicação. Desses, 113 tinham a forma grave da doença causada pelo novo coronavírus. Em menos de uma semana, quase todos receberam alta do hospital. Duas pessoas do grupo morreram. Os testes foram conduzidos pela Universidade de Medicina de Chicago.

Os resultados oferecem apenas um instantâneo da eficácia do remdesivir. Os mesmos estudos estão sendo realizados simultaneamente em outras instituições e é impossível determinar com certeza os resultados completos dos ensaios.

A Gilead tem mantido cautela sobre estudos envolvendo o remdesivir. Em comunicado, a empresa declarou: "o que podemos dizer nesta fase é que esperamos que os dados de estudos em andamento estejam disponíveis".

No último dia 10, a empresa com sede em Foster City, na Califórnia, divulgou análise publicado pelo New England Journal of Medicine sobre os efeitos do remdesivir em um pequeno grupo de pacientes com sintomas graves de covid-19. Segundo o artigo, os pacientes que receberam tratamento através do programa de uso compassivo do remdesivir eram todos pacientes gravemente enfermos. Dos 53 dos primeiros pacientes tratados no programa, a maioria demonstrou melhora clínica após tomar remdesivir.

“Reconhecemos as limitações desses dados de uso compassivo de uma perspectiva puramente investigativa, sabendo que eles são da maior importância para os pacientes cujos sintomas melhoraram. Esses dados iniciais de 53 pacientes não foram gerados em um ensaio clínico e abrangem apenas uma pequena parcela dos pacientes críticos que foram tratados com remdesivir”, ressalvou a empresa em comunicado.

A Gilead também enfatizou que o remdesivir é um tratamento experimental. “Nos esforços mais amplos para determinar se é um tratamento seguro e eficaz, ainda temos um caminho a percorrer. Vários ensaios clínicos estão em andamento em todo o mundo para criar uma imagem completa de como o remdesivir funciona em vários contextos. Esses estudos abrangem uma variedade de populações de pacientes em diferentes demografias e com diferentes tipos de sintomas: moderado, grave, onde os pacientes precisam de suporte de oxigênio, e crítico, onde é necessária ventilação médica”, esclareceu.

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