Uma canção comove e aproxima o mundo em tempos de isolamento

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“Dias tristes

É tão difícil ficar sozinho

Procuramos mil maneiras de superar a estupidez

Meses cinzentos

É hora de escondermos

Talvez seja a maneira de nos encontrarmos novamente”

O primeiro verso da canção da cantora espanhola Lucía Gil diz muito a milhões de pessoas em todos os cantos do mundo que neste momento vivem o isolamento social forçado para evitar se contagiar e disseminar o coronavírus. A música, postada nas redes sociais, em pouco tempo ecoou nas residências daqueles que estão em quarentena em países da Europa, da América Latina, nos Estados Unidos e tantos outros lugares.

Filha de uma enfermeira, Lucía Gil contou que foi contagiada pelo coronavírus e compôs a canção nos dias mais difíceis da doença, isolada em casa. A mãe dela também está contagiada. “Eu compus esta música, vítima de horas trancada. Para nós e para aqueles que estão cuidando de nós”, escreveu a cantora.

Com letra e arranjo simples, editada em casa, Volveremos brindar penetrou nos ouvidos e corações das pessoas em quarentena e tornou-se a melodia que serve para unir povos sob um mesmo sentimento e na esperança de que todos sairemos e viveremos a vida novamente, de uma maneira muito mais intensa.

A música também destaca o espírito de tantas pessoas corajosas que são obrigadas a saírem diariamente para trabalhar em hospitais, nas ruas para controlar a segurança, nas fábricas, nas estradas para garantir o abastecimento, nos supermercados, nas farmácias e tantos outros locais.

Voltaremos a brindar

Dias tristes / É tão difícil ficar sozinho / Procuramos mil maneiras de superar a estupidez / Meses cinzentos / Talvez seja a maneira de nos encontrarmos novamente

Mas são 8 horas e você veio bater palmas na sua janela / Me dá vontade de chorar / Nos olhando de longe tão unidos / Empurrando para o mesmo lugar / Fica só um pouco mais

Nos encontraremos novamente / Voltaremos a brindar / Um café está pendente em nosso bar / Romperemos esse metro de distância entre você e eu / Não haverá mais uma barreira entre nós dois

Agora é a hora de pensar e ser paciente / Confie mais nas pessoas / Ajudar os demais / Enquanto que outros cuidam dos pacientes / Um punhado de valentes / Que hoje tampouco vão dormir

Mas são 8 horas e você veio bater palmas na sua janela / Me dá vontade de chorar / Empurrando para o mesmo lugar / Fica só um pouco mais

Nos encontraremos novamente / Voltaremos a brindar / Um café está pendente em nosso bar / Romperemos esse metro de distância entre você e eu / Não haverá mais uma barreira entre nós dois

E depois da quarentena / Teremos feito uma ponte que unirá / Minha porta no começo da primavera / E a sua que o verão me trará

Nos encontraremos novamente / Voltaremos a brindar / Um café está pendente em nosso bar / Romperemos esse metro de distância entre você e eu / Não haverá mais uma barreira entre nós dois

Célio Martins

Célio Martins é jornalista e escritor. Atuou em vários veículos de comunicação brasileiros, como Folha de S. Paulo, Folha de Londrina, O Estado do Paraná, Correio do Estado (MS), TV Iguaçu (SBT), Rede CNT e TV Campo Grande (SBT). Na Gazeta do Povo passou pelas editorias de Esportes, Curitiba, Paraná, Brasil, Mundo e foi editor da Primeira Página do jornal impresso. É autor e editor do blog Certas Palavras, com publicações nas áreas de política, meio ambiente, cultura e cotidiano.

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