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STF deu 48 horas para a Anvisa explicar critérios parga suspensão dos testes clínicos com a vacina para Covid-19 Coronovac.
Anvisa liberou retomada de testes com a CoronaVac| Foto: Divulgação/Instituto Butantan

A Coronavac, que teve seus testes no Brasil suspensos temporariamente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é uma das 12 candidatas a vacina contra coronavírus no mundo em estado avançado de estudos. O imunizante produzido pela empresa chinesa Sinovac está na fase três de testes – a última antes da aprovação para vacinação em massa – em vários países, além da China e do Brasil.

Entre os governos com os quais o laboratório chinês firmou protocolos estão do Chile, da Indonésia, da Turquia e das Filipinas. Esses países já fecharam contrato para compra da Coronavac com fins de vacinação em massa caso o imunizante seja aprovado por suas respectivas instituições de saúde e fiscalização.

No Chile, a fase três dos testes da vacina chinesa está sendo coordenada pela Pontifícia Universidade Católica. A meta é fazer o teste em 3 mil voluntários com idades entre 18 e 65 anos.

Na Indonésia os testes da fase três da Coronavac começou em 11 de agosto. O estudo é liderado pela Padjajaran University (Unpad). A Indonésia é considerada pelos pesquisadores chineses como um dos países mais importantes desta fase. O país asiático tem cerca de 270 milhões de habitantes e é o quarto mais populoso do mundo, atrás apenas da China, da Índia e dos Estados Unidos.

Vacina -Moderna, EUA
A Moderna, empresa dos EUA, também está em fase adiantada no desenvolvimento de uma vacina contra coronavírus.| Divulgação/Moderna

Logo após a decisão de Anvisa de suspender os testes no Brasil, a Indonésia anunciou que não interromperá os estudos com a Coronavac. A empresa farmacêutica estatal Bio Farma disse nesta terça-feira (10) que os testes com 1.620 voluntários na província de Java Ocidental, estão "indo bem" e que espera eventualmente produzir de 16 a 17 milhões de doses da vacina.

As Filipinas também estão no grupo de países considerados importantes para os pesquisadores. Os estudos na fase três com a população filipina, segundo o laboratório Sinovac, devem começar nos próximos dias.

A empresa chinesa vinha negociando com autoridades de Bangladesh, que é o oitavo país mais populoso do mundo, com cerca de 170 milhões de habitantes, mas problemas de recursos travaram os entendimentos. O Ministério da Saúde do país rejeitou pedido da Sinovac para cofinanciar o ensaio clínico de fase três.

A Sinovac Biotech, segundo informações divulgadas pela própria empresa, é uma das maiores biofarmacêuticas com sede na China. A companhia se concentra na pesquisa, desenvolvimento, fabricação e comercialização de vacinas que protegem contra doenças infecciosas humanas. O laboratório produz imunizantes contra enterovírus71 (EV71), hepatite A e B, influenza sazonal, contra influenza quadrivalente ("QIV"), influenza pandêmica H5N1 (gripe aviária), influenza H1N1 (gripe suína), contra varicela e caxumba. Em 2009, a Sinovac foi a primeira empresa em todo o mundo a receber aprovação para sua vacina contra a gripe H1N1, que forneceu para a campanha de vacinação e programa de armazenamento do governo chinês.

Mas a Coronavac não é a única vacina chinesa contra coronavírus que se encontra na fase três de testes. A China espera conduzir estudos finais em 18 países até o final do ano, numa aposta também para reforçar sua ‘diplomacia de vacinas’ nas economias emergentes. Atualmente, mais de dez países já participam dos testes com vacinas chinesas contra coronavírus.

O China National Pharmaceutical Group, de propriedade estatal, está realizando testes da fase três para sua vacina em seis países, incluindo Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Peru. A empresa Sinopharm têm acordos com vários países, entre eles Paquistão e Sérvia. A CanSino Biologics informou que começou os testes de fase três na Rússia, país que desenvolve sua própria vacina – a Sputinik 5 –, no México e na Arábia Saudita.

Além dos problemas em Bangladesh, os laboratórios chineses enfrentam dificuldades em outras regiões. O CanSino cancelou seus testes de fase três no Canadá, acordados em maio, em meio à deterioração dos laços bilaterais.

Entre as vacinas em estudo, as consideradas mais promissoras até agora são BNT162b2 (Pfizer, EUA), NVX-CoV2373 (Novavax, EUA), JNJ-78436735 (Johnson & Johnson, EUA), mRNA-1273 (Moderna Therapeutics, EUA), ChAdOx1 nCoV-19 (University of Oxford, Reino Unido), CoronaVac (Sinovac, China), Sinopharm (China), Bacillus Calmette-Guerin BRACE trial (Murdoch Children’s Research Institute, Austrália), Ad5-nCoV (CanSino Biologics, China), Covaxin (Bharat Biotech, Índia) e Sputnik V (Gamaleya, Rússia).

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