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Plano de vacinação contra covid-19
A aposta do governo, por enquanto, é no imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e o laboratório AstraZeneca.| Foto: Bigstock

Nesta semana, o governo da Espanha detalhou o seu plano de vacinação contra covid-19, para ser iniciado assim que as vacinas em testes forem finalmente aprovadas. Os Estados Unidos publicaram em 29 de outubro um documento de como os estados e as cidades devem planejar e operacionalizar a vacinação. A Alemanha, outro exemplo de país que está adiantado no planejamento, determinou aos estados que preparem seus centros de vacinação até meados de dezembro. No Brasil, foi preciso o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestar para que os governos começassem a correr contra o tempo.

Na quarta-feira (25), após uma reunião, o grupo técnico encarregado de elaborar a estratégia de vacinação no Brasil estimou que a primeira versão do plano do Ministério da Saúde deverá ficar pronta na próxima segunda-feira (30). A manifestação veio após o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, ter antecipado seu voto para que o governo, no prazo de 30 dias, apresente um plano de vacinação contra a covid-19. O ministro é relator no Supremo de ações que tratam sobre medidas profiláticas no combate à pandemia de coronavírus.

PLano de vacinação - EUA
Estados Unidos têm pronto plano de vacinação desde 29 de outubro.| Reprodução/CDC

A questão do programa nacional de vacinação contra covid-19 vem se arrastando não é de hoje. Em setembro, o Tribunal de Contas da União exigiu da Casa Civil a elaboração de um plano para vacinação. A Advocacia Geral da União recorreu da decisão, alegando que a competência para isso seria do Ministério da Saúde e que o próprio ministério já tem um plano nacional de imunização que deveria ser usado para incluir a Covid-19.

O programa deverá ficar pronto antes da aprovação e registro das vacinas mais adiantadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso é necessário por várias razões, entre as quais possíveis ajustes e adaptações posteriores. Sem um plano detalhado, a vacinação poderá sofrer riscos.

Ainda não há data definida para início da vacinação – mesmo porque as vacinas estão em fase de conclusão de estudos para posterior aprovação –, mas as a projeção é que até o final de janeiro grupos prioritários como profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidades já comecem a receber os imunizantes.

Uma das propostas dos estados prevê que o comparecimento da população seja feito por agendamento, por telefone ou preferencialmente por internet. A intenção é evitar filas e aglomerações, principalmente de pessoas em grupo de risco.

Na realidade, o plano servirá para dar a largada a um trabalho amplo de organização para que a campanha funcione bem. Estados e municípios terão de fazer um levantamento de dados de pessoal de saúde, de transporte e de vigilância que poderão ser acionados, assim como as necessidades de equipamento de armazenamento, de comunicação e de distribuição interna dos medicamentos.

Plano de vacinação - Espanha
Apresentação do plano de vacinação pelo governo da Espanha.| Reprodução/Governo da Espanha

Para a operaçionalização da campanha será preciso estabelecer público-alvo, distribuição de doses para cada estado, meta de vacinação e fases entre outros pontos.

O programa apresentado pelo governo da Espanha, por exemplo, prevê que a vacinação começará em 19 de janeiro, caso alguma das vacinas em estudo esteja aprovada. Nesse dia serão vacinadas as pessoas que vivem e trabalham em residências para idosos e os funcionários da saúde, como médicos e enfermeiros. Para isso, as pessoas desses grupos serão atendidas em 13 mil pontos de vacinação.

Em seguida serão imunizados os maiores de 70 anos e enfermos com patologias crônicas. Em terceiro lugar virão bombeiros, policiais e outras pessoas que atuam em serviços essenciais, os quais não podem atuar por teletrabalho.

Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) deve se reunir em 10 de dezembro para tomar uma decisão final sobre a vacina da Pfizer. Moncef Slaoui, principal conselheiro científico da Operação Warp Speed – a missão dos EUA para desenvolver uma vacina – disse em entrevista à CNN que, assim que o imunizante for aprovado, as inoculações começarão imediatamente.

"Nosso plano é poder enviar vacinas para os locais de imunização em 24 horas a partir da aprovação", afirmou Slaoui, que prevê a vacinação de 20 milhões de americanos em dezembro, e mais 30 milhões a cada mês subsequente.

No Reino Unido, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) designou 1.250 clínicas de saúde como locais de vacinação onde, a partir de dezembro, uma equipe estará disponível para administrar a vacina em turnos de 12 horas, sete dias por semana. Cada clínica deve inocular pelo menos 975 pessoas por semana.

A vacinação no Reino Unido começará com idosos residentes em lares de longa permanência e trabalhadores domiciliares, todos aqueles com 80 anos de idade ou mais e assistentes sociais e de saúde, antes de ser oferecida a pessoas com 75 anos ou menos.

A Alemanha, outro exemplo de país que está adiantado no planejamento, determinou aos estados que preparem seus centros de vacinação até meados de dezembro. A meta é ter tudo pronto para o início da vacinação mesmo que as vacinas ainda não estejam aprovadas.

*Receba notificações de reportagens e artigos do jornalista Célio Martins

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