A última terça-feira devastou politicamente a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Em poucas horas do mesmo dia, a petista foi atropelada por três figuras centrais da operação Lava Jato. De um lado, pelos delatores Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa. Do outro, pelo juiz Sérgio Moro.
A história da dupla Youssef e Costa é antiga e já está sendo investigada pelo STF. A de Moro é nova e tem um potencial destrutivo muito maior para a opinião pública.
Em primeiro lugar, porque envolve dinheiro que, em parte, teria sido utilizado supostamente para pagar um motorista que fez trabalhos para Gleisi, via escritório do advogado Guilherme Gonçalves. Dinheiro para motorista soa ostentação, embora esteja claro que ainda falta muito para a investigação ser concluída e a petista ainda não ter nem podido se defender formalmente. É perceptível a ira popular que esse tipo de situação provoca, ainda mais em tempos de crise.
Mas o grande pepino é a trombada com Moro. Nos dias de hoje, entrar em uma disputa na opinião pública contra o magistrado é certeza de derrota. Gleisi parece que captou o problema, conforme declarou em entrevista à Gazeta do Povo. Vale ler a entrevista, principalmente para se ter um ponto de partida da defesa da ex-ministra.
Segundo ela, a decisão remetida por Moro ao STF foi “muito avassaladora”. “Na verdade, já remete ao STF uma condenação, uma sentença”, disse.
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