Titular do Brasil, Fernandinho “nasceu” Zidane, virou “brucutu” e é xodó de Guardiola

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DIRETO DE KAZAN, RÚSSIA – Confirmado como substituto de Casemiro no Brasil, para pegar a Bélgica, o volante Fernandinho passou por uma transformação ao longo da carreira. Surgiu no Atlético como um meia no “estilo Zidane” e, com o tempo, foi recuando até transformar-se num jogador firme, com poder de marcação e confiável.

O primeiro destaque do atleta nascido em Londrina, que desembarcou no Furacão graças à parceria com o PSTC, ocorreu ao marcar um gol na vitória sobre o Criciúma, por 5 a 2, no Brasileiro de 2003. Com apenas 18 anos, o então meia driblou um zagueiro, passou pelo goleiro e tocou com categoria para as redes na Baixada.

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Bastou para ter o estilo comparado ao do craque francês Zidane, de futebol leve, toques simples e deslocamentos em direção ao gol. Fernandinho foi ainda se revelando um jogador polivalente, chegou a atuar como lateral-direito, mas firmou-se como um meia e até assumiu a camisa 10 rubro-negra.

Com esse cartaz, Fernandinho foi negociado em 2005 pelo Furacão com o Shakhtar Donetsk, equipe pólo de brasileiros na Ucrânia. Foram R$ 22,6 milhões por 80% dos direitos. Mais tarde, em 2007, o Atlético cedeu o restante por R$ 6,7 milhões.

Na Europa, o volante da seleção brasileira teve se adaptar às exigências de um jogo mais duro, de “pegada”. E com a  versatilidade que já o caracterizava, foi ganhando pontos com o técnico da equipe, o romeno Mircea Lucescu. Assim, acabou recuando para atuar como um segundo volante, considerando ainda a forte concorrência no setor ofensivo.

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Rapidamente, Fernandinho se estabeleceu no clube que defendeu por oito temporadas e foi aclamado em enquete de torcedores como o melhor brasileiro da história do Shakhtar que, entre outros, contou com os meias Jádson (também revelado pelo Atlético) e Elano, além dos atuais colegas de seleção, o volante Fred e o meia Willian.

Mas foi no Manchester City, a partir de 2013, que Fernandinho encorpou ainda mais o seu jogo, cresceu numa disputa poderosa como a Premier League e passou a ser convocado com frequência para a seleção brasileira. Ascensão que pode ser explicado por dois fatores: o técnico Manuel Pellegrini e Yaya Touré.

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Foi o treinador chileno quem colocou Fernandinho para atuar com o volante da Costa do Marfim. Em pouco tempo, os dois se entrosaram e, embora Pellegrini pedisse para que atuasse mais recuado, o brasileiro aparecia no ataque para arrematar e fazer gols (são 22 em 231 jogos no City).

Convocado inicialmente para a seleção por Mano Menezes, Fernandinho seguiu na lista com Luiz Felipe Scolari e virou titular na Copa do Mundo 2014. E na oportunidade de realizar um sonho, e entrar para a história, o paranaense sofreu um duro golpe.

Responsável pela marcação ao lado de Luiz Gustavo, Fernandinho se viu envolvido pela meia-cancha da Alemanha e acabou como um dos responsáveis pelo 7 a 1, na semifinal. No quarto gol do desastre no Mineirão, perdeu a bola para Tony Kroos e, no intervalo, foi substituído por Paulinho.

Com o “filme queimado”, Fernandinho passou a ser associado ao estilo “brucutu”, de volantes que só sabem destruir e “chegar junto”. Mas, soube recuperar o prestígio no Manchester City e com a camisa amarela. E contou com um aliado de peso, o técnico espanhol Pep Guardiola.

Consagrado como o cérebro do revolucionário tiki-taka do Barcelona, Pep acertou com o clube inglês em 2016. E, desde então, elegeu Fernandinho como homem de confiança. O ex-volante já afirmou que o brasileiro é capaz de atuar em 10 posições e disse que seria reserva se disputasse posição com ele quando jogador.

Recuperado e novamente na Copa do Mundo, Fernandinho perdeu a posição no Brasil, com a adoção por parte de Tite de um esquema mais ofensivo, com Paulinho e Willian na formação titular. No entanto, com a suspensão de Casemiro, ganha nova oportunidade desde o início diante da Bélgica, nesta sexta-feira (6), em Kazan.

A confiança do treinador Fernandinho tem de sobra. É visto como um atleta que acrescenta ao time um passe eficiente e se encaixa sob qualquer ajuste técnico e tático. Resta agora ao paranaense buscar mais uma reviravolta na carreira.

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