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Cristina Graeml

Cristina Graeml

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso". Joseph Joubert.

Falando Abertamente

O roubo de 6,3 bilhões do INSS no governo Lula 3

Desvio de 6,3 bilhões de reais em aposentadorias do INSS. O número, por si só, já choca. Mas o escândalo pode ir muito além do valor: a dimensão do rombo remete diretamente aos grandes escândalos de corrupção do passado recente do país — o Mensalão e o Petrolão, ambos sob governos petistas. Agora, novamente sob Lula, surge mais um episódio que exige investigação rigorosa e transparência. A pergunta que fica é: até onde vai essa história?

Enquanto isso, o noticiário segue repleto de fatos que parecem desviar o foco daquilo que realmente importa. A ida de Lula e Janja ao enterro do papa em Roma virou palco de uma comitiva inchada, com mais de vinte convidados — todos pagos com dinheiro público. A velha prática de confundir viagem oficial com turismo de luxo persiste e o contribuinte mais uma vez paga a conta. Coincidência ou não, tudo isso acontece justamente na mesma semana em que a Polícia Federal avança nas investigações sobre o desvio bilionário no INSS.

Intimação na UTI e o batom

Outro fato que chamou atenção foi a maneira como o ex-presidente Jair Bolsonaro foi intimado pelo STF, dentro de um hospital, enquanto estava internado em uma UTI. A imagem da oficial de justiça entrando na unidade de terapia intensiva levanta questões sérias sobre abuso de autoridade e tratamento desigual entre adversários políticos. Onde está o equilíbrio institucional? Onde está o respeito pelas regras básicas de humanidade?

Ainda tivemos o desfecho de um caso emblemático — o julgamento da cabeleireira Débora dos Santos, condenada a 14 anos de prisão por escrever, com batom, a célebre frase "Perdeu, mané!" numa estátua. A desproporcionalidade da pena salta aos olhos e escancara a seletividade do sistema de Justiça. Enquanto corruptos poderosos conseguem manobras jurídicas e recursos infinitos, uma mulher comum sofre punição exemplar por um ato simbólico. O Brasil vive hoje um cenário de total inversão de valores.

Corrupção

Mesmo com todos esses acontecimentos simultâneos, o escândalo do INSS não pode ser esquecido. A denúncia é grave. A Polícia Federal já confirmou que está investigando, e há indícios de que o buraco pode ser ainda mais profundo. O que está em jogo não é apenas dinheiro público — é a confiança do brasileiro nas instituições e no sistema previdenciário. O cidadão que contribui a vida inteira tem o direito de saber quem está por trás desse esquema criminoso.

Falando abertamente: se esse caso for tratado com a mesma conivência que outros escândalos do passado, estaremos diante de mais um capítulo trágico da impunidade crônica no Brasil. Mas se houver seriedade, transparência e cobrança real, talvez estejamos diante de uma oportunidade de reverter esse ciclo vicioso. O brasileiro não aguenta mais ser feito de bobo — e a verdade precisa vir à tona, doa a quem doer.

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