O libertário Javier Milei venceu as eleições presidenciais deste domingo (19) com 55% dos votos argentinos| Foto: EFE/Franco Trovato Fuoco
Ouça este conteúdo

A vitória de Javier Milei pode ser o sinal de uma maré mudando no mundo. Existe hoje quase um clamor popular nos EUA pelo retorno de Trump. Até mesmo tradicionais opositores do ex-presidente hoje levantam a possibilidade de escolhê-lo como o próximo líder da (ainda) mais poderosa nação do mundo.

CARREGANDO :)

A ideia corrente é que Trump traria paz ao mundo. Ao contrário de Obama, que recebeu o Nobel da Paz mas foi o primeiro presidente a ficar em guerra durante os oito anos de seu mandato, Trump deixou o complexo industrial militar com “síndrome de abstinência”. É difícil acreditar, mas, mesmo com o jeito durão e sem filtro, Trump agora cultiva uma certa fama de “pacifista”. Muitos estão acreditando que ele seria capaz de encerrar antecipadamente a Guerra na Ucrânia e também a nova Guerra em Israel.

A vitória de Milei parece ser um sinal de que há uma tendência de retorno da direita ao cenário mundial.

Publicidade

Até mesmo Tucker Carlson propôs esta ideia recentemente em seu programa. A ideia era que Trump interromperia o financiamento a Kiev e promoveria um acordo de paz entre judeus e palestinos e, assim, salvaria o mundo de uma terceira guerra mundial. Existe uma sensação no ar de que Trump está destinado a retornar ao poder em 2025. O tempo dirá.

Porém, a vitória de Milei parece ser um sinal de que há uma tendência de retorno da direita ao cenário mundial. O que preocupa é que ele fez promessas ousadas em sua corrida para a Casa Rosada: fechar o Banco Central, dolarizar a economia argentina, interromper relações com o Brasil e a China. Seria possível fazer isso tudo? Estaria ele preso ao mesmo destino de Macri? Esse é o receio.

O problema é que hoje muitos já perceberam que há um ciclo de alternância entre um projeto conservador e outro progressista. Chega ao poder um governo que aumenta o discurso assistencialista e, com isso, agrada boa parte da população que se acostumou a depender de auxílios estatais. Os gastos aumentam, os impostos são majorados para arcar com as enormes despesas até ao ponto que a situação fica insustentável. Nesta hora, o discurso liberal começa a ganhar campo.

O público entende a necessidade de reformas e cortes de gastos. Porém, na hora de arrumar a casa, o gestor mais liberar precisa implementar os amargos remédios da austeridade, cortando incentivos e, por isso, desagradando boa parte da população que começa a sentir na pele a redução do apoio assistencial. Nesta hora, o discurso progressista de aumento de auxílios e de gastos começa a ganhar popularidade novamente, e os antigos “gastadores” retornam ao poder.

Eu torço muito para que esse não seja o destino de Milei, e oro para que ele não tenha o mesmo desfecho de Macri. Que Deus o ajude nessa jornada, e que os argentinos tenham a vida digna e próspera que todos merecem.

Publicidade
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]