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Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

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A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (23) a 29ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Repescagem. O alvo, segundo as primeiras informações divulgadas pela força-tarefa, é João Claudio Genu, ex-assessor de José Janene, ex-deputado federal pelo PP que faleceu em 2010.

A participação de Janene no esquema da Lava Jato não é novidade. Desde 2014, ano em que a Lava Jato foi deflagrada, os investigadores já têm conhecimento do envolvimento do ex-deputado. Dois dos processos da Lava Jato trazem o envolvimento de Janene. Em um deles, o doleiro Alberto Youssef foi condenado pela lavagem de R$ 1,1 milhão do esquema do Mensalão. Outro processo, referente à participação da família de Janene no esquema, está em andamento.

Segundo a força-tarefa, até 2003 o ex-deputado José Janene não tinha um patrimônio considerável, e as empresas nas quais era sócio-quotista mostravam pouco faturamento com pendências fiscais. A partir de 2003,no entanto, Janene conquistou um patrimônio que sua renda como parlamentar não permitia.

As investigações mostraram que o valor de R$ 1,1 milhão, proveniente da propina recebida por Janene no Mensalão, foram investidos na empresa Dunel Indústria. Segundo os investigadores, esse foi o fio condutor que levou às investigações da Lava Jato.

Parte do dinheiro investido na Dunel veio de um posto de combustíveis de Brasília, o Posto da Torre, do doleiro Carlos Habib Chater. “Por que um posto de Brasília está pagando as contas de uma empresa em Londrina?”. Essa foi a pergunta que o delegado Marcio Anselmo, da PF, se fez e que deu origem a investigação do maior esquema de corrupção do país.

O dono da Dunel, Hermes Magnus, já havia tentado denunciar o esquema. Ele disse que foi enganado por Janene e que quando descobriu que a empresa estava sendo usada para lavar dinheiro fez a denúncia. Recentemente, o empresário pediu uma indenização de R$ 2,3 milhões para a família do ex-deputado, para reparar o prejuízo que teve depois que Janene passou a utilizar a empresa no esquema.

As investigações mostraram que a Lava Jato é uma extensão do Mensalão e não demorou para a operação chegar ao esquema na Petrobras. O fio da meada foi um carro que o doleiro Alberto Youssef comprou para o ex-diretor da Petrobras. Desse ponto em diante, a Lava Jato avançou em direção à importantes empresários e políticos do país, chegando muito perto do ex-presidente Lula, que está sendo investigado pelo Supremo.

Ao deflagrar a 29ª fase da Lava Jato, a força-tarefa parece estar resgatando “pontas soltas” que ficaram pelo caminho da investigação. Com a deflagração da Operação Repescagem, os investigadores trazem novamente à tona o envolvimento de Janene e busca outros personagens que podem ter ligação com o esquema.

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