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As “velhas” mídias estão na UTI?
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O título do texto foi proposital. A intenção? Atrair para a leitura de um assunto que considero tão importante e que tem impacto direto em nossas vidas: o futuro da comunicação. Vira e mexe ouvimos que as mídias tradicionais vão acabar, algo que preciso discordar totalmente. Por isso, aqui nesse pequeno texto me atrevo a defender uma tese contrária: a de que as mídias tradicionais não só não estão na UTI, como continuam sendo grandes influencers.

Não é novidade que a forma como consumimos informações e mídias estão mudando. O grande problema é que todo processo de mudança gera ruídos, e essas mudanças acabam vindo carregadas de rumores apocalípticos. Desde que os teorias da comunicação e cultura começaram a falar em Revolução Digital, ouvimos também que os novos meios de comunicação vão eliminar os antigos e que a Internet “enterrará” todas as mídias que a antecederam.

Diante disso, lanço algumas perguntas:

  • como a televisão, os rádios e jornais poderiam sair de cena, se ainda são as mídias que a sociedade mais consome e que têm maior penetração em todo território nacional? E não sou eu que digo, são dados de  inúmeras pesquisas feitas Brasil afora.
  • E como morreriam se quase metade da população brasileira não possui acesso à internet? Se considerarmos as classes D e E, o acesso não ultrapassa 30%. Dados da pesquisa TIC Domicílios de 2018.
  • E como poderiam acabar se o rádio, televisão e jornal impresso são as três mídias em que as pessoas mais confiam para obter informações verdadeiras? Dados de pesquisa realizada pela XP Investimentos.
  • E o que seria da internet, se boa parte do conteúdo que “bomba” na rede vem dessas “velhas” mídias, principalmente dos jornais e da televisão? Basta observar a audiência das trilhas de novela, dos “babados” sobre os artistas mais badalados e das polêmicas do cenário político. Isso sem falar da personagem da telenovela que criou um perfil em uma rede social que hoje tem quase meio milhão de seguidores.

Não é possível a nenhum de nós prever o futuro, mas como é de costume em meus textos, te convido a conhecer as teorias da convergência midiática e narrativas transmídia de Jenkins¹. São teorias que apontam para um futuro da comunicação em que as “velhas” e novas mídias não morrem nem se opõem, e sim interagem, cooperam e disseminam conteúdos multiplataforma. Bem-vindo à era da colaboração.

¹ Fundador e diretor do programa de estudos de mídia do MIT, considerado um dos pesquisadores de mídia mais influentes da atualidade.

*Ana Gabriela Simões Borges é Superintendente do Instituto GRPCOM, doutoranda em Educação e Tecnologias e Prosumer. A profissional colabora voluntariamente com o Blog Educação e Mídia.

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