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Nos últimos dias, estava “surfando” pela internet e, assim como a maioria das pessoas na última semana, me deparei com a notícia "empresa revive espécie extinta há 10 mil anos", o tal do lobo-terrível ou Aenocyon dirus. Em um primeiro momento achei fantástico e animador, afinal de contas, sempre gostei de dinossauros, Jurassic Park e ciência, mas, após ler alguns posts, pensei: “isso não é preocupante?”; até que me deparei com a matéria “Muita calma, o Lobo-Terrível continua extinto”, de Carlos Cardoso, para o caderno Ideias (Gazeta do Povo, 2025).
E foi a partir desse pensamento que comecei a refletir sobre como a leitura crítica e o consumo consciente das mídias são importantes. Os dados do Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional), apesar de serem de 2018, podem ajudar nessa reflexão: na época da pesquisa, apenas 12% dos brasileiros estavam no nível “Proficiente” de alfabetização — e o que isso significa?
A pessoa que é proficiente é aquela que consegue, de acordo com o próprio Inaf, ler e escrever, opinar e interpretar criticamente diferentes tipos de gêneros textuais e multimodais. Além disso, é capaz de analisar posicionamentos, estilo do autor e realizar inferências com base em dados e conhecimentos de mundo.
E qual é o problema disso tudo?
A formação de leitores e cidadãos críticos está fraca. Os dados apresentados refletem isso e até mesmo o meu comportamento foi falho, logo que li as notícias, fiquei animado e pensando “uau, como a ciência é incrível e conseguiu trazer de volta um animal extinto”, e nem refleti ou pesquisei para saber se era realmente isso; só fui me dar conta de que estava acreditando na primeira coisa que li quando encontrei uma matéria que falava o oposto e explicava “tintim por tintim” o que realmente aconteceu. Ou seja, até mesmo quem consome notícias, lê livros e produz conteúdo pode falhar se não estiver com atenção.
Aconselho a leitura do texto, mas já vai aí um resumo bem genérico: não, os lobos-terríveis não voltaram. O que a empresa fez foi utilizar o código genético dos fósseis e reescrevê-lo sobre o DNA de lobos-cinzentos.
O clique, a virada de chave, então aconteceu: é preciso consumir o máximo possível de informações, pois é só ela que consegue combater a desinformação.
E como ser um cidadão digital consciente?
É preciso sempre estar refletindo e até mesmo duvidando do que se lê, buscar fontes de informação confiável e compartilhar de modo consciente com familiares e amigos. Agora, confira algumas dicas de como ser um leitor crítico, mas sem ser “crica”, as dicas podem inclusive serem usadas na hora de formarmos outros cidadãos, sejam filhos, sobrinhos, primos ou estudantes:
5 dicas para praticar a Cidadania Digital e o Letramento Crítico no dia a dia
1. Questione as informações antes de compartilhar
Recebeu uma notícia impactante? Antes de repassar, vale se perguntar: "De onde isso veio? É confiável? Pode ser falso?" Aprender a checar os fatos é um passo essencial para combater a desinformação e fortalecer nossa responsabilidade como cidadãos digitais.
2. Reflita sobre como você age no mundo online
A forma como nos comportamos nas redes sociais, nos jogos e nos grupos de mensagem também diz muito sobre nossa ética. Tratar os outros com respeito, ter empatia e pensar nas consequências do que postamos faz parte da convivência digital saudável.
3. Experimente criar conteúdo com responsabilidade
Gravar vídeos, escrever blogs, fazer podcasts ou participar de campanhas digitais são formas de se expressar — e de aprender. Ao produzir conteúdo, desenvolvemos um olhar mais crítico e consciente sobre o que consumimos e divulgamos.
4. Conheça iniciativas que ajudam a entender a mídia
Se você é ou conhece algum professor projetos como o Ler e Pensar e o Televisando são boas fontes para quem quer se informar melhor e refletir sobre o que vê na mídia. Há também cursos gratuitos, como o "Formando Cidadãos na Escola", que ajudam a desenvolver uma visão mais crítica sobre o digital.
5. Fique atento aos algoritmos e às bolhas digitais
As redes sociais nem sempre mostram tudo o que está acontecendo — elas filtram os conteúdos com base no que você costuma curtir ou ver. Por isso, é importante buscar diferentes fontes de informação, ouvir opiniões diversas e entender como esses algoritmos influenciam nossas escolhas e visões de mundo.
É ou conhece algum professor? Ajude a formar cidadãos digitais!
Se você acredita no poder da leitura crítica, da cidadania digital e na formação de cidadãos mais conscientes, essa é a sua chance de apoiar quem está fazendo a diferença na educação!
- Indique — ou inscreva-se — nos projetos Ler e Pensar e Televisando, que oferecem ferramentas práticas para ajudar estudantes a entender melhor o mundo digital e se posicionar com responsabilidade e pensamento crítico.
- Ah! E tem mais: o curso gratuito "Formando Cidadãos na Escola" já está disponível na Plataforma EaD do Instituto GRPCOM — exclusivo para educadores participantes dos projetos. Uma oportunidade incrível de aprofundar esse trabalho transformador!