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Câmera
Com a transformação digital vivenciada nos últimos anos, as ferramentas tecnológicas voltadas à área da segurança pública se desenvolvem cada vez mais e de forma muito acelerada, com base principalmente no Georreferenciamento, Inteligência de Dados e Inteligência Artificial.| Foto: Rawpixel.com / Aew

Garantir a gestão inteligente das cidades e transformar o espaço urbano em um ambiente mais seguro é, sem dúvidas, um dos temas mais urgentes da nossa geração. Por isso, o mercado de inovação não para de investir no desenvolvimento de novas soluções que visam a conectividade nos centros urbanos para uma gestão inteligente da Segurança Pública.

Algumas dessas soluções já desenvolvidas estão presentes há décadas na rotina das cidades, como os radares de velocidade, os semáforos acionados por sensores e os detectores de metais, por exemplo. Mas, com a transformação digital vivenciada nos últimos anos, as ferramentas tecnológicas se desenvolvem cada vez mais e de forma muito acelerada, com base principalmente no georreferenciamento, inteligência de dados e Inteligência Artificial.

Na 13ª edição da Feira Internacional de Defesa e Segurança (LAAD Defence & Security), considerado o maior e mais importante evento da área da América Latina, realizado no Rio de Janeiro em abril, apresentamos e conhecemos muitas dessas novidades para a Segurança Pública 4.0, baseada em dados e altamente digitalizada.

São soluções que utilizam as tecnologias emergentes para a ação das forças policiais e que já estão revolucionando as operações Brasil afora, tais como câmeras corporais, tecnologia embarcada, equipamentos antidrones, entre outros.

Destaco aqui as câmeras embarcadas, desenvolvidas para as viaturas policiais e que fazem a leitura de placas de veículos em 360 graus e o reconhecimento facial. O equipamento é georreferenciado, permitindo que a central acompanhe em tempo real as abordagens. Além disso, identifica automaticamente, por meio da Inteligência Artificial, os veículos com alerta de roubo e as pessoas foragidas ou com mandados de prisão em aberto.

E essas mesmas funcionalidades também estão disponíveis agora nas câmeras corporais usadas nos uniformes dos agentes de segurança e já implementadas em vários estados brasileiros. Tudo isso traz mais segurança à equipe policial, que tem as informações necessárias antes mesmo de realizar a abordagem.

Além disso, a utilização de antidrones para incursões em locais de risco e monitoramento em áreas de segurança máxima, como presídios e aeroportos, também tem se apresentado como uma opção para assegurar que as operações policiais ocorram conforme o planejado, sem o monitoramento de grupos criminosos. Também vimos uma preocupação muito grande das forças de segurança com a violência nas escolas, devido aos acontecimentos recentes. Há uma tendência cada vez maior de utilizar esses aparatos tecnológicos como câmeras e detectores de metais nas unidades de ensino do país.

Vale lembrar que o uso de equipamentos e softwares na gestão da Segurança Pública vem crescendo no Brasil nos últimos anos. De acordo com o estudo “Segurança Pública na Era do Big Data: mapeamento e diagnóstico da implementação de novas tecnologias no combate à criminalidade”, divulgado no final de março pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 63% das forças de segurança brasileiras utilizam drones no policiamento ostensivo. Por outro lado, apenas 22% dos estados já implantaram câmeras corporais em uniformes. O levantamento aponta, ainda, que o reconhecimento óptico de caracteres (OCR), utilizado principalmente para leitura e identificação de placas veiculares, já está presente em 44% dos estados, e o reconhecimento facial, em 33%.

Uma das soluções apresentadas no evento, desenvolvida pela L8 em parceria com a MOBISIG, foi a sincronização da sinalização dos veículos especiais. A solução coloca a sinalização luminosa das viaturas na mesma frequência e fase, destacando a passagem de comboios nas grandes cidades, o que aumenta a segurança tanto dos policiais quanto dos demais atores do trânsito.

Como citei no início, não é de hoje que a tecnologia faz parte da rotina das cidades e da Segurança Pública, mas agora vivenciamos uma nova era. As tecnologias emergentes permitem uma gestão inteligente das forças policiais, otimizando o atendimento à população e o combate à criminalidade. São inovações que estão a serviço da sociedade, para tornar o ambiente urbano mais seguro para todos. Apesar de ainda termos muito a avançar, acredito que estamos no caminho certo. Essas tecnologias, aliadas à experiência dos profissionais e a uma boa gestão, certamente vão revolucionar o setor nos próximos anos.

*Leandro Kuhn é engenheiro e CEO da L8 Group, empresa curitibana especializada no desenvolvimento de tecnologias para cidades inteligentes e segurança pública.

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