Da tribuna do Senado Federal, o senador paranaense Oriovisto Guimarães (Podemos) fez uma análise pouco animadora do cenário político nacional. Em resumo, no discurso feito nesta quarta-feira (15), ele sustentou que o país está imerso em graves problemas e o governo, inábil politicamente, se perde em polêmicas que têm pouca relação com a realidade.
“Nós temos crises inúteis, que não precisavam acontecer, baseadas em ideologias sem e pé nem cabeça; mas nós temos problemas reais. Brigamos por coisa tola enquanto nossa dívida aumenta em R$ 1,6 bi por dia”, afirmou o senador.
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Do ponto de vista político, a preocupação de Oriovisto é que as discussões ideológicas inflamadas impeçam os três poderes da República de exercerem seu papel.
“Não podemos cair em provocações. A saída da crise só será viável quando formos capazes de não pensarmos mais em nossos partidos, interesses pessoais e abandonarmos o pensamento ideológico, de que lado seja. Ideologia é o tipo de coisa que não precisamos agora […] Eu sei que é muito difícil. Eu sei que é triste quando o ministro da Educação, em vez de dialogar com reitores e buscar uma solução acaba dizendo que nas universidades têm baderna. Eu sei que é difícil quando o presidente da República diz que as pessoas que estão na rua são inocentes úteis, usados por pessoas que nada sabem”, analisou.
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O senador criticou a ascendência que Olavo de Carvalho tem sobre o governo Bolsonaro. “No meu entendimento é um cidadão que cultiva a maledicência e a grosseria como se fossem virtudes. Uma pessoa que se diz filósofo, mas que é profundamente deseducado, que ofende pessoas e ao mesmo tempo é altamente prestigiado pelo nosso presidente e pelos seus familiares”, disse.
A questão econômica é outra preocupação. Os pontos abordados pelo senador foram o crescimento da dívida pública e a saída de capital do Brasil. Segundo Oriovisto, empresários brasileiros estão tirando dinheiro do Brasil e colocando em países onde há alguma segurança para os investimentos.
“Estamos juntando o pior dos mundos: um país à beira da falência e um governo com pouquíssima habilidade política”, disse.
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