Pânico da Bolsa de Viena em 1873. | Foto:

Chegou a tão esperada correção do preço do bitcoin.

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A moeda vale pouco mais de 10 mil dólares nesta quarta-feira. Caiu quase 50% desde o recorde de 19 mil dólares em dezembro.

Os principais investidores e especialistas brasileiros previram essa correção desde quando o bitcoin custava 7 mil, 8 mil dólares. Era claro que, mais cedo ou mais tarde, a euforia se transformaria em pânico.

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Desta vez, o motivo para a mudança de humor é o boato de que o governo chinês discute proibir todo o comércio de criptomoedas e bloquear os sites das casas de câmbio instaladas em Hong Kong.

Nada disso está confirmado e ninguém sabe o real efeito das medidas caso elas se confirmem. Mas depois de uma valorização tão alta do bitcoin, qualquer boato é suficiente para os investidores decidirem realizar lucros ou evitar perdas maiores.

O bitcoin é um ouro digital: sua oferta é naturalmente limitada como pedras ou metais preciosos. No entanto, como já afirmei aqui, nada impede que, do lado da demanda, existam aventureiros inexperientes com todo o comportamento que cria bolhas de especulação. Temem perder o bonde, investem pensando que o lucro é garantido e entram em pânico ao perceberem que suas economias estão derretendo.

Para os investidores experientes, a questão agora é qual será o “ponto de suporte” do bitcoin, o preço mínimo depois do qual a compra se torna mais interessante que a venda e o preço volta a subir.

O suporte tem tanta relevância quanto os recordes de preço. Informa o quanto as pessoas realmente acreditam na moeda mesmo em momentos de pessimismo. Dá consistência ao bitcoin como reserva de valor.

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Justamente por causa da consistência, há boas notícias escondidas neste derretimento do mercado de criptomoedas. A euforia especulativa prejudica o bitcoin e suas concorrentes. Incomoda autoridades e reguladores, provoca sua sanha legiferante para cercar e controlar o novo mercado. Um crescimento moderado e mais estável é tudo o que o bitcoin precisa para se firmar como um ativo financeiro.

A bolha do bitcoin já estourou diversas vezes nos oito anos de história da moeda. Estourou em 2011, quando caiu de 31 para 2 dólares. Estourou em 2013, quando chegou a 600 dólares depois do pico de 1240 dólares, e logo depois estourou de novo, numa queda de 900 para 400 dólares.

“Eu avisei que era bolha!”, disseram especialistas nessas ocasiões. Poucos deles previram que, depois de todas essas crises, a moeda ressurgiria e surpreenderia até os mais otimistas.

Será que esse padrão vai se repetir? Depende das notícias dos próximos meses – principalmente da SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, que está decidindo se autoriza fundos de índice baseados em contratos futuros de bitcoin. Se a autorização sair, é razoável imaginar uma nova bolha se criar ao redor do bitcoin.