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Precisamos regular as redes sociais
| Foto: Reprodução Instagram

Na semana passada, um líder dos Entregadores Antifascistas afirmou em uma rede social que furtava entregas acima de R$ 500, quando trabalhava como entregador do Ifood: “Quando o valor ultrapassava 500 reais eu não entregava, eu levava pra casa, eu achava um desaforo ter que entregar uma refeição no valor da compra do mês da minha família”.

Em outra postagem, o líder antifascista elogiou a maciez do filet mignon de um desses pedidos desviados (desviados, possivelmente, em nome da defesa da democracia): mordeu e nem precisou fazer força para mastigar.

O assunto viralizou, e não faltaram perfis de esquerda defendendo a conduta, um deles com o argumento de que “a lei é feita para proteger uma classe social”, outro com o argumento de que o prejuízo seria da empresa, não do cliente que ficou sem a refeição ("Vocês estão ligados, né?"). É como aumento de imposto: se for a empresa que tiver que pagar, tudo bem!

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E talvez milhões de brasileiros (incluindo políticos, autoridades, jornalistas, professores universitários, juízes, youtubers, influencers e outros formadores de opinião) pensem da mesma maneira e concordem com a normalização do furto – exceto naqueles casos em que o crime for cometido por fascistas, é claro: nesta hipótese o sujeito deve ser preso sumariamente não somente pelo furto, mas também por ecocídio, terrorismo e atentado contra o Estado de direito.

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No Rio de Janeiro, dos 1.785 presos que deixaram a cadeia para o chamado "saidão" de Natal, 253 não retornaram e já são considerados foragidos. Deveriam ter voltado até as 22h do dia 30/12, mas até agora não apareceram. Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária – SEAP, entre os detentos foragidos estão dois líderes da facção criminosa Comando Vermelho condenados por tráfico de drogas, um deles conhecido como Bin Laden. Outro detento que não voltou estava condenado a mais de 56 anos de prisão em 13 diferentes processos por roubo.

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O Brasil registrou 1.079 mortes por dengue em 2023; outros 211 óbitos estão sendo investigados. É um recorde, segundo o Ministério da Saúde. Ao longo dos últimos 12 meses mais de 1,6 milhão de brasileiros contraíram a doença; mais de 50 mil precisaram ser hospitalizados. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde informou que o Brasil é o país com mais casos de dengue no mundo, com mais da metade dos diagnósticos registrados no planeta. A vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantã só ficará pronta para uso em 2025.

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O aluguel residencial subiu três vezes mais que a inflação oficial. O Índice FipeZap registrou alta de 15,96%, em novembro, na comparação com novembro de 2023. O IPCA acumulado no período foi de 4,68%. O crescimento foi ainda maior em relação ao IGP-M, índice que costuma ser usado para corrigir os valores dos aluguéis (3,46%). O aumento mais expressivo foi em imóveis com um dormitório (18,79% de aumento). Todas as 25 cidades que integram a cesta do índice registraram elevação acima da inflação nos preços do aluguel residencial, incluindo 11 capitais.

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Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que monitora invasões de propriedades rurais no país, ocorreram 72 invasões de terra, privadas e públicas, em 2023 – número superior ao total registrado nos quatro anos do governo passado (62). Em relação a  2022, o aumento foi de mais de 300%. Apesar do aumento das invasões, o líder do MST declarou que 2023 foi o “pior ano da história”, em relação aos números de famílias assentadas. Segundo a CNA, as invasões foram interrompidas durante a CPI do MST, mas já voltaram a ocorrer após o término dos trabalhos da Comissão.

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O empenho de emendas parlamentares mais que dobrou em 2023: segundo dados do Ministério de Relações Institucionais, foram empenhados R$ 34,6 bilhões em emendas no ano, contra R$ 16,8 bilhões em 2022, uma alta de 106%, Desde o início da série histórica, é a maior liberação de emendas em um único ano. Para o Orçamento de 2024, o Congresso Nacional já aprovou R$ 53 bilhões em emendas parlamentares, além de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral, por se tratar de ano de eleições municipais – um aumento de 150% em relação ao valor de 2020, já corrigido pela inflação.

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As estatais brasileiras devem fechar 2023 com um rombo de quase R$ 6 bilhões. Pela primeira vez em oito anos, o Tesouro Nacional precisará compensar esse déficit. As estatais federais tiveram superávits nos últimos cinco anos: a única exceção foi em 2020, auge da pandemia de Covid, quando elas fecharam o ano com um  déficit de R$ 600 milhões – um décimo do valor anunciado para 2023. Em 2021, houve saldo positivo de R$ 3 bilhões; em 2022, o saldo positivo foi de quase R$ 5 bilhões. Segundo o Banco Central, de 2012 a 2017 as estatais fecharam no vermelho.

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Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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