| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
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O Brasil tem, no mínimo, uns 50% da sua população composta por picaretas e corruptos. Jovens que poderiam estar trabalhando honestamente dedicam-se a dar golpes nas pessoas, principalmente, na área de atendimento digital. Aposto que deve haver um MBA em golpe digital com aulas síncronas.

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Não há dúvida de que esse fato, não trabalhado pelos economistas, é uma das razões para países como o Brasil não saírem dessa merda atávica. O fenômeno parece se eternizar como os espaços infinitos do universo.

Especialistas em linguagem correta são lobistas agressivos nesse mercado em ascensão.

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No Brasil você pode ser um deputado corrupto, mas, se defender a democracia, tá valendo. Ser um juiz vendido e defender o Estado de Direito. Sendo a democracia um regime de instituições, melhor mantê-las, mesmo corruptas, do que as destruir.

Você pode ser uma empresa que trata os funcionários como escravos coloridos, contanto que não use a palavra "denegrir" na comunicação. Aliás, especialistas em linguagem correta são lobistas agressivos nesse mercado em ascensão.

Você pode ser uma estrela do audiovisual que transa com o chefe pra ganhar espaço, contanto que chore na hora certa quando comentar um casamento LGBTQIA+.

Não tenho dúvida de que em breve teremos uma inteligência artificial trabalhando para o PCC e similares.

No Brasil, só honra compromissos quem quiser. Você não paga e nada acontece. Ou processa o picareta por anos a fio, gasta uma grana com advogados, quem sabe ganha – depende do que sair da cabeça do juiz –, mas o sujeito pode ser incobrável e você nunca receberá o devido.

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Golpistas digitais se especializam. Constroem protocolos que se assemelham a verdadeira burocracia de atendimento das empresas. Jovens com vozes doces são treinadas para dar golpes em desavisados. Infiltrados nas empresas oferecem informações sobre os usuários para reforçar a mímica cruel.

Emails – com a mesma identidade visual das empresas originais – falando de "problema de cobrança" ameaçam os usuários de perder serviços. Enfim, não se pode confiar em nada mais. Você e as empresas gastam tempo e dinheiro para se prevenir contra golpistas. Não deveria esse fenômeno ser quantificável para o cálculo do PIB?

O Brasil desafia os avanços digitais, impondo limites ao futuro utópico da inteligência artificial. Não tenho dúvida de que em breve teremos uma inteligência artificial trabalhando para o PCC e similares. O sequestro Pix é uma indústria.

Como viverá a inteligência pública agora, uma vez que Bolsonaro se foi. Ao invés de xingá-lo, vamos babar no Lula o tempo todo?

A corrupção política e empresarial no Brasil é um player da democracia. Sabe-se que ela sempre fez parte dos sistemas de poder. O mundo dos negócios também sempre foi atravessado pelo fenômeno da corrupção. Aliás, o que é a reflexão filosófica sobre a corrupção humana senão a consciência conceitual desse fato?

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Desavisados pensam que discutir a corrupção da natureza humana é um vício dos poetas e teólogos antigos. Não. É a mais pura reflexão histórica acerca da humanidade.

Isso nos leva à consciência de que, afinal, o Brasil não seria uma exceção. Mas o que chama a atenção para o nosso caso – e da maioria dos países do mundo – é o fato de que alguns poucos países do mundo colocaram esse nível varejista da corrupção sobre algum controle cotidiano. A corrupção no atacado está em toda parte, apenas seus agentes falam inglês fluentemente e se vestem bem.

O fato é que esses países paraísos têm populações que não ultrapassam centenas de pessoas – exagero, claro, antes que semióticos profissionais ataquem o argumento como no caso da foto do Lula. Exageros desse tipo em argumentação é o que se chama em filosofia de "redução ao absurdo". A verdade não está no número fictício da população apontada, mas no fato de que não se pode comparar o Brasil à Nova Zelândia – bola da vez dos inteligentinhos.

Você pode, aliás, manipular bancas de concursos em universidades, destruir carreiras de colegas, contanto que escreva artigos e dê declarações sobre ética e democracia na mídia e nas redes na hora certa. Intelectuais e artistas corruptos existem aos montes.

Mudando de assunto, mas, na verdade, permanecendo nele de modo menos óbvio. Pergunto-me como viverá a inteligência pública agora, uma vez que Bolsonaro se foi. Ao invés de xingá-lo, vamos babar no Lula o tempo todo?

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