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O ministro da Educação. Camilo Sobreira de Santana, e o presidente Lula
O ministro da Educação. Camilo Sobreira de Santana, e o presidente Lula| Foto: Valter Campanato | Agência Brasil

Deveria ter sido um exame para avaliar o estudante egresso do Ensino Médio brasileiro. Revelou-se um exame mal formulado, até mesmo em português, mal redigido e com erros ortográficos crassos e muita, mas muita ideologização e assédio político. O Enem de 2023, o primeiro da volta do PT ao poder, definitivamente, foi reprovado.

Mais do que a correta referência ao Enem feita pelo jornalista William Waack como prova do “atraso mental” do Brasil, o exame comprovou também que tal atraso é intencionalmente estimulado pelas autoridades do Ministério da Educação. Soa até estranho, mas o Brasil do PT consegue a proeza de dar intencionalidade dolosa à incompetência.

Pressão ideológica e assédio político devem ficar absolutamente fora de qualquer sala de aula e de qualquer exame de conhecimentos escolares e científicos.

Caetano Veloso teve composições suas incluídas no Exame para análise dos estudantes. Das cinco alternativas de resposta oferecidas pelo teste, apenas uma poderia ser assinalada como correta. Veloso deu uma olhadinha na questão e discordou: achou que todas as cinco respostas faziam sentido. Instado a escolher a que achava correta, ainda assim ficou entre as letras B e D. Como exigir do estudante uma interpretação mais precisa do que a do próprio compositor? Parece piada, mas é o Enem do PT.

Já quando o tema era o Cerrado brasileiro, a alternativa correta era de mais fácil escolha – desde que, claro, o estudante partisse do ponto de vista ideológico da esquerda marxista e anticapitalista. O texto que dava base à questão afirmava que “o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado” e demonizava a propriedade privada, além de chamar defensivos agrícolas de “chuva de veneno”. Os avaliadores esperavam que os estudantes confirmassem que no Brasil há um "cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção das condições para a vida”, assinalando a alternativa A.

Sob o ponto de vista da preferência ideológica, porém, a alternativa E caberia melhor para quem defende o livre mercado, a propriedade privada e a prosperidade no campo: o PT e os neomarxistas como os autores do excerto publicado na prova, de fato, promovem um “assédio ao empresariado, dificultando o investimento de maquinários para a produção”. Contudo, o Enem jamais poderia servir para fomentar disputas ideológicas ou, muito menos, para impor as preferências políticas dos examinadores. Trata-se de claro e covarde assédio político, contra o qual precisa ser feita toda oposição de quem repudia qualquer tipo de doutrinação ideológica.

Por ora (advérbio não iniciado pela consoante agá, conforme grafia registrada com erro crasso em questão do mesmo Enem), a reação da opinião pública tem sido retumbante. A Frente do Agro no Congresso Nacional, também com meu apoio e da oposição, decidiu convocar o Ministro da Educação, Camilo Santana, ao Parlamento para explicações, além de exigir a anulação das questões ideológicas.

Nada é mais precioso para um país do que a correta educação das gerações que construirão seu futuro. Pressão ideológica e assédio político devem ficar absolutamente fora de qualquer sala de aula e de qualquer exame de conhecimentos escolares e científicos. O Enem de 2023 foi redondamente reprovado.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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