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O árbitro de vídeo está dominando as discussões sobre futebol. Infelizmente, pra variar, sem o devido cuidado e respeito. Especialmente de quem tem o poder: CBF e clubes. No congresso técnico para o Brasileiro 2018, mais um show de como as coisas não devem ser feitas.

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A entidade empurrou a conta para os clubes que, acertadamente, ao meu ver, rejeitaram. E o saldo final é que absolutamente nada avançou. Não houve a discussão fundamental, sobre as questões técnicas e, digamos, “filosóficas” da empreitada. Ficou só na grana. E morreu aí.

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Não se levou em consideração, por exemplo, um estudo que desmonta um dos principais argumentos de quem é contrário ao recurso: “o árbitro de vídeo paralisa muito o jogo, compromete o dinamismo do jogo”. Não é verdade. E isso está amparado por estatísticas.

O IFAB (International Football Association Board), órgão ligado à Fifa, realizou um estudo sobre o tempo médio de bola parada em 800 partidas que utilizaram o VAR (árbitro auxiliar de vídeo, na sigla em inglês). O resultado mostra uma interferência quase insignificante.

Veja os números:

A INFLUÊNCIA DO VAR
Média de tempo de bola parada por jogo, em levantamento feito em 800 partidas.

Escanteios – 3min57Substituições – 2min57

Faltas – 8min51

Laterais – 7min2

Tiros de meta – 5min45

VAR – 1min

Como se vê no estudo da Fifa, a influência do VAR na dinâmica do jogo é pouco representativa, em média 1 minuto. Param mais a bola durante as partidas, faltas, laterais, tiros de meta, substituições, escanteios etc. E imagino que no futebol brasileiro as interrupções consumam bem mais tempo.

Alguém pode alegar que é um levantamento feito pela entidade que tem interesses no recurso e, portanto, seria “suspeito”. É um ponto, mas, convenhamos, os números parecem absolutamente plausíveis e não seria nada complicado desmenti-los.

Da minha parte, a preocupação com bola correndo, com a dinâmica, digamos, natural do esporte, era um dos principais fatores para ter receio sobre a implementação do VAR. Diante do estudo, tal ponto, pelo menos, caiu. Mas há ainda outras questões importantes. Que a discussão prossiga.

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